O empreendedorismo feminino tem ganhado cada vez mais protagonismo no Brasil, com um número crescente de mulheres assumindo papéis de liderança e lançando os próprios negócios: cerca de 10 milhões delas estão à frente de 34,4% dos negócios no País. Os Serviços são os responsáveis pela maior participação feminina (53%), seguidos pelo Comércio (27%). O número é o maior já registrado desde janeiro de 2012, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de 2022. 

Empreender é uma atividade complexa no mundo todo, sobretudo no Brasil, em razão das dificuldades que as empresas enfrentam, como o acesso restrito ao crédito, a burocracia excessiva em processos de liberação de licenças e alvarás, a mão de obra pouco qualificada, entre outros entraves do dia a dia a quem decide ser dono do próprio negócio. “No caso da mulher empreendedora, são frequentes os casos de dupla jornada: de administrar a empresa em paralelo aos compromissos familiares”, lembra Gisela Lopes, vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e presidente do Conselho do Comércio Varejista da Entidade.

Para além das adversidades internas das empresas, aspectos como a falta de oportunidades de ascensão profissional e preconceito contra a mulher desafiam ainda mais o cotidiano.

A fim de estimular o debate sobre a quebra de paradigmas contra a mulher no ambiente empreendedor, a FecomercioSP veiculará entre 16 e 24 de novembro uma série de conteúdos inspiradores que valorizam e mostram os benefícios da atuação da mulher no desenvolvimento econômico do País.

A ação integra a Semana do Empreendedorismo Feminino (Lei 14.667/2023), que passa a acontecer anualmente no mês de novembro. O propósito da legislação sancionada pelo governo federal é o de provocar a discussão entre sociedade, empresariado e Poder Público no impulsionamento da diversidade de gênero na liderança das empresas. 

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Na página da ação é possível acompanhar entrevistas com empreendedoras de sucesso como Luiza Trajano, Ana Fontes, Chieko Aoki, Laiz Carvalho, entre muitas outras, que compartilham suas experiências e dão dicas de gestão e diversidade.

“Enquanto representantes das mulheres no meio empresarial, temos o compromisso de ajudá-las a vencer barreiras sociais e econômicas e ampliar as oportunidades de reflexão e acesso delas a espaços majoritariamente masculinos”, ressalta Gisela. 

            A vice-presidente da FecomercioSP, que também integra grupos de empreendedorismo feminino na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e no Sebrae-SP, lembra que, embora haja avanços, ainda é preciso quebrar paradigmas sobre a imagem da mulher no mercado de trabalho. 

            A FecomercioSP tem marcado presença em fóruns sobre a questão de gênero. Em setembro, representantes da Entidade participaram de um seminário promovido pela Frente Parlamentar da Mulher Empreendedora acerca da tributação de produtos femininos e os impactos da Reforma Tributária a esse segmento.