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04/08/2014Marco Civil da Internet atrapalha perícia forense, avalia delegado
Tema foi debatido durante o VI Congresso Fecomercio de Crimes Eletrônicos
O Marco Civil da Internet impôs barreiras no trabalho da perícia forense computacional, na avaliação do delegado de polícia e professor de crimes eletrônicos da Polícia Civil, José Mariano Filho. "O Marco Civil para a área da investigação é um retrocesso. A legislação atrapalhou o que já não vinha bem e acabou com as prerrogativas de poder requisitar informações na internet", criticou o especialista durante o primeiro dia do VI Congresso Fecomercio de Crimes Eletrônicos e Formas de Proteção, realizado pelo Conselho de Tecnologia da Informação da entidade, nesta segunda-feira (4).
De acordo com o delegado, os itens do Marco Civil que impedem a entrega de dados e registros de conexão do usuário na internet, liberando apenas mediante ordem judicial, atrasam a investigação. "Requisitar o acesso a dados pode levar até seis meses. No cibercrime as provas são voláteis e a investigação fica condenada a nada", indicou.
Durante o painel, que discutiu os obstáculos para a perícia forense, o professor da Polícia Civil ainda indicou as limitações técnicas para desenvolvimento adequado do trabalho. O chefe da divisão de Segurança da Informação da Procuradoria-Geral da República, Marcelo Caiado, complementou. "É importante investir em formação acadêmica e profissional. É preciso ter cerca de 10 mil horas de treinamento na área para ser um excelente profissional. A gente tem um legado de poucos especialistas em perícia forense. Os investimentos são altos, é necessário ter uma base em ciência da computação e a certificação deve ser o início e não o fim", assinalou.
No painel, os especialistas apontaram a falta de mão de obra qualificada como um dos principais entraves do setor. De acordo com eles, as empresas, no entanto, não enxergaram ainda a necessidade de investir massivamente na qualificação da segurança da informação corporativa.
Caiado ainda citou a pesquisa da Isaca, mostrando que o impacto global do crime eletrônico chega a US$ 3 trilhões, mas o mercado de profissionais de segurança da informação está em baixa, com um deficit de um milhão de especialistas.
O painel também contou com a participação do diretor de Cybersecurity da Alvarez & Marsal, Afonso Coelho e com mediação do vice-presidente do Conselho de Tecnologia da Informação da FecomercioSP, Rony Vainzof.
O VI Congresso Fecomercio de Crimes Eletrônicos e Formas de Proteção, que acontece nos dias 4 e 5 de agosto, debaterá também o direito a intimidade, as tendências do e-commerce, arbitragem no direito eletrônico e outros assuntos que envolvem segurança da informação.
O cadastro ainda pode ser feito gratuitamente no local do evento. Confira mais informações sobre o Congresso aqui.
Apresentação de Afonso Coelho
Apresentação de Marcelo Caiado
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