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Negócios

Combustível mais barato e aumento da competição reduzem preços das passagens aéreas

Movimento resulta em queda no faturamento das companhias, que passam a apostar em aeronaves menores e mais econômicas

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Combustível mais barato e aumento da competição reduzem preços das passagens aéreas

Crise atingiu em cheio a malha aérea brasileira, que reduziu a frota, alerta Viviânne Martins (foto), presidente do CEVEC da FecomercioSP
(Foto: Rubens Chiri/Perspectiva)

O ano não será exatamente de "céu de brigadeiro” para as companhias aéreas ao redor do mundo. Estima-se uma retração de 1,3% no faturamento consolidado das empresas, com uma queda no valor arrecadado de US$ 750 bilhões para US$ 740 bilhões, segundo previsão apresentada na 72ª Conferência Anual da IATA (The International Air Transport Association), no início de junho, na Irlanda. Apesar das vendas menores, puxadas tanto pela arrecadação mais baixa nos valores das passagens aéreas quanto no transporte de carga, o lucro consolidado das companhias aéreas deve avançar de US$ 35,3 bilhões, em 2015, para US$ 39,4 bilhões este ano.

Os passageiros também vão se beneficiar dos preços mais baixos de combustível, que já refletem no valor do bilhete. A tendência para o ano é de tarifas mais baixas – por volta de 7% – e de aumento na oferta de rotas. Com essas mudanças, 1% do PIB mundial deverá ser gasto com transporte aéreo, com 6% a mais de passageiros, totalizando o embarque de 3,78 bilhões de pessoas. "Os preços mais baixos do petróleo estão certamente ajudando, embora as taxas de câmbio também tenham que ser levadas em consideração. Com o trabalho duro das companhias aéreas, os consumidores estão fechando bons negócios e os investidores finalmente começam a ver recompensas", afirma Tony Tyler, CEO da IATA.

Pelo segundo ano consecutivo, e apenas a segunda vez na história da indústria da aviação, o retorno sobre o capital investido (9,8%) excederá o custo do capital (estimada em 6,8%). Isso significa que a indústria aérea está finalmente começando a gerar lucros.

Passagens mais baratas
Com o combustível mais barato e a adoção de aeronaves mais econômicas, neste ano o preço médio da passagem aérea custará US$ 366 (antes das sobretaxas e dos impostos) – uma redução de 62% sobre os níveis de 1995 (após o ajuste para a inflação). Os investimentos em novas aeronaves, vale lembrar, são um dos principais fatores de melhorias de eficiência de combustível. Em 2016, as aéreas devem receber 1,9 mil novas aeronaves.

Além da eficiência, com o aumento da concorrência entre as companhias, houve um crescimento na busca por aeronaves menores (com até 150 assentos) para voos mais curtos, de uma a três horas. Isso ocorre em vários lugares do mundo, em destinos europeus e brasileiros. Quando há ampla oferta de assentos e aeronaves grandes, o mercado joga para baixo o preço médio dos bilhetes, o que dificulta a vida das aéreas. Nesse caso, com um número um pouco menor de lugares há a tendência para o equilíbrio nos preços.

Do prejuízo ao lucro
Em 2015, nenhuma região do mundo teve um desempenho tão ruim na aviação comercial quanto a América Latina, cujas aéreas registraram um prejuízo de US$ 1,5 bilhão. Essa queda foi acentuada pelo péssimo desempenho das economias do Brasil e da Venezuela, que respingaram nos resultados do setor. A boa notícia é que, neste ano, a área deve reverter o prejuízo e crescer US$ 100 milhões. A demanda deve ter expansão de 4,2%.

A crise atingiu em cheio a malha aérea brasileira, que sofreu redução da frota, inclusive com diminuição de rotas, alerta Viviânne Martins, presidente do Conselho Executivo de Viagens e Eventos Corporativos (CEVEC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e diretora da Academia de Viagens Corporativas. Segundo ela, em tempos de crise, o que acontece é uma maior restrição nas viagens ou uma mudança no chamado demand managment, ou seja, o critério muda. Nos eventos corporativos em que três executivos iriam, vai somente um. Ou então na política de viagem pode ocorrer um downgrading, migrando da classe executiva para a premium ou a econômica – ou, até mesmo, para o transporte rodoviário.

Com essa retração, as grandes companhias aéreas brasileiras têm retirado aeronaves de rota, levando mais passageiros para concorrentes, como é o caso da Avianca Brasil, quarta maior empresa aérea do País. Ela encerrou maio com aproximadamente 11% de participação de mercado. Segundo o presidente do conselho de administração da companhia, José Efromovich, suas rotas e aviões serão mantidos, assim como o seu serviço de bordo. Mesmo com a crise, ele garante que não vai trocar as refeições oferecidas aos passageiros pelas barras de cereais, praticamente um padrão atual.

Confira aqui a matéria na íntegra publicada na revista Conselhos.

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