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Negócios

Comércio, serviços e turismo perderam R$ 226 bilhões no faturamento de 2020

Sem condições de recompor as perdas do ano passado, segmentos não veem alternativas além das medidas de amparo e flexibilização das restrições

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Comércio, serviços e turismo perderam R$ 226 bilhões no faturamento de 2020

Atuação dos governos municipal, estadual e federal precisa de uma articulação coordenada em resposta à crise econômica
(Arte: TUTU)

O total de perdas registradas pelo comércio considerado não essencial (incluindo o de veículos) e pelos setores de serviços e turismo, em 2020, chegou a R$ 226 bilhões. 

A FecomercioSP – entidade empresarial líder do sistema sindical de comércio de bens, de serviços e de turismo paulista – projeta que esses segmentos terão desempenho ainda bastante fraco em 2021, e, mesmo que alguns setores, como veículos e comércios “não essenciais”, registrem crescimento modesto em todo o País, o resultado ficará longe de reverter as perdas do ano passado. 

No fim de 2021, é provável que o faturamento desses segmentos da economia recupere apenas R$ 33 bilhões em relação a 2020, mas com queda de R$ 193 bilhões em relação a 2019. Após um imenso rastro de empresas falidas ao longo desses meses, a incerteza quanto ao futuro torna o cenário atual pouco animador, pois tantas outras companhias estão em estado falimentar. 

Diante deste quadro, é praticamente impossível que as empresas desses segmentos, povoados majoritariamente por pequenos negócios, sobrevivam a mais um ano de desempenho negativo – ou ainda muito fraco. É por esta razão que as medidas de amparo às empresas e aos empregos são tão importantes. A FecomercioSP atua, desde o início da pandemia, para levar as principais demandas da classe empresarial ao Poder Público, já tendo conseguido mais prazo para que empresas paguem impostos atrasados, regularização de dívidas tributárias, flexibilização das restrições no horário de atendimento em São Paulo, mais crédito canalizado pelas agências como a Desenvolve SP, entre outras conquistas. 

Importante frisar que o setor de turismo enfrentará o segundo ano consecutivo de perdas, sem nenhum alívio, tal como outros setores ditos não essenciais. A FecomercioSP sugeriu ao Poder Público que o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos e Turismo (Perse) e o Programa de Garantia aos Setores Críticos (PGSC) possibilitassem mais crédito às pequenas empresas. Contudo, o governo vetou pontos essenciais aos pequenos negócios. 

O ano de 2020 em números 

O varejo brasileiro registrou, em 2020, aumento de R$ 83 bilhões em vendas apenas pelos resultados dos setores considerados essenciais: supermercados, farmácias, materiais de construção e combustíveis. Esse aumento tem o efeito direto do auxílio emergencial, que, em 2020, repassou R$ 190 bilhões à população. Como a renda efetivamente recebida caiu cerca de R$ 100 bilhões no ano passado – conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE – o auxílio possibilitou um aumento de R$ 90 bilhões na renda, praticamente o montante repassado aos setores essenciais do comércio. 

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Na tabela a seguir, confira o faturamento dos setores essenciais e não essenciais, veículos, serviços e turismo em 2020, em relação a 2019, e também a variação do faturamento esperado para 2021, em relação a 2020. Na última coluna, a comparação da queda ou do crescimento acumulado em 2020 e 2021, em relação a 2019.

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O ano para o varejo paulista

Para 2021, a FecomercioSP projeta um crescimento modesto de quase 1% no comércio varejista paulista, sendo que setores que foram bem em 2020 (em decorrência de características próprias que permitiram mantê-los abertos e do auxílio emergencial) não terão aumento no faturamento, enquanto que as atividades que estavam restritas em 2020 (e ainda estão, parcialmente) podem crescer em torno de 3%.

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É importante lembrar que as projeções para 2021 ficam prejudicadas pela perda de referências sazonais e de tendências ocorrida por causa da pandemia. 

As medidas emergenciais em 2020, por exemplo, adiantaram recursos do FGTS e o décimo terceiro, o que foi uma decisão acertada, porém, reduziu a sazonalidade do Natal e elevou a de meses que eram menos relevantes para o varejo, como no meio do ano. A impossibilidade ou o receio de viajar também mudou a dinâmica do consumo nas férias, que se desloca dos centros urbanos para praias e cidades turísticas. Tudo isso reduz a precisão das projeções. 

Ainda assim, a FecomercioSP entende que o começo de 2021 não mostrou grande recuperação. Apesar de ser provável que se vejam números positivos ainda no primeiro semestre, a recuperação mais relevante começará na segunda metade do ano, com a ampliação da vacinação e a retomada mais intensa das atividades produtivas. A depender do ritmo de vacinação, somente no segundo semestre as famílias começarão, por exemplo, a pensar em viajar. 

Sem união do Poder Público, não há solução 

Em manifesto publicado nos principais jornais do País em abril, a FecomercioSP defende que a atuação dos governos municipal, estadual e federal precisa de uma articulação coordenada, com amparo financeiro efetivo e desburocratizado, incentivos fiscais e uma política pública para que toda a população seja vacinada o mais rápido possível, dentro do Programa Nacional de Imunizações (PNI). 

Isso poderá mudar o cenário desastroso que está levando milhares de empresas à falência e garantir emprego e renda para a população. A Federação também defende medidas urgentes para os negócios que estão conseguindo se manter, como a ampliação de linhas de crédito para pequenas empresas, a revogação imediata do aumento do ICMS em São Paulo, entre outras. Conheça os pleitos da FecomercioSP.

 
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