Sustentabilidade
22/05/2024Como fazer o descarte adequado de baterias automotivas?
Série de Logística Reversa explica como garantir um futuro sustentável
Nos últimos anos, a conscientização acerca das questões ambientais vem crescendo de forma significativa, estimulando a busca por soluções que promovam um futuro mais sustentável. Dentre os inúmeros desafios enfrentados, destaca-se o descarte adequado de baterias automotivas. Compostas por substâncias químicas perigosas, como ácido sulfúrico e chumbo, esse produto representa riscos ambientais e para a saúde pública se não for manuseado e descartado corretamente.
As baterias são de chumbo-ácido, ou seja, compostas por uma matriz de placas e óxido de chumbo, mergulhadas em uma solução de ácido sulfúrico diluído em água. Essa mistura é importante para gerar a energia necessária na operação de veículos, mas também exige um descarte responsável. Quando negligenciadas e jogadas em lixos comuns ou dispostas no meio ambiente a céu aberto, essas baterias podem vazar, correndo o risco de causar danos ambientais. Substâncias tóxicas, como chumbo e ácido, podem se infiltrar no solo, contaminando os lençóis freáticos e os ecossistemas locais. Por outro lado, quando descartados adequadamente e recolhidos por profissionais especializados, esses itens podem ser reciclados em até 99% de seus componentes.
Esse processo não só reduz o impacto ambiental como também minimiza os riscos à saúde pública, garantindo que as substâncias perigosas permaneçam longe do meio ambiente e da sociedade.
SLRs de baterias automotivas
O Sistema de Logística Reversa (SLR) de baterias do tipo chumbo-ácido foi implementado e operacionalizado por meio de acordos setoriais e termos de compromisso firmados com o Poder Público. A cadeia produtiva se inicia com os fabricantes ou importadores, seguidos pelos distribuidores e, depois, pelos comerciantes varejistas — até chegar aos consumidores.
A responsabilidade pelo SLR envolve todos os participantes da cadeia, da fabricação, distribuição e venda até a destinação final para o reciclador. Assim, inicia-se novamente o ciclo.
Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Energia Reciclável (Iber), entidade gestora do SLR e parceira da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) nessa empreitada, no Estado paulista, há 44 municípios com o sistema implementado. Já no Brasil em geral, são 158 municípios, dos quais 66 estão na Região Sudeste; 46 no Sul; 22 no Nordeste; 13 no Centro-Oeste; e 11 no Norte.
No relatório de 2022, foram comercializados, no País, 370.578 toneladas de baterias novas, sendo que, desse volume, 278.589 foram comercializadas por associados do Iber — o que representa uma participação de 75% do volume comercializado.
As empresas dessa entidade representam grande parte do mercado de baterias, no entanto, os outros 25% estão distribuídos em mais de 90 mil CNPJs que ainda não comprovam SLRs com o Iber — e podem estar fora de sistemas regulares.
Os órgãos ambientais têm publicado normas e implementado procedimentos sistemáticos de fiscalização para garantir a efetiva participação em SLRs das empresas em todo o Brasil. Por isso, é importante conscientizar os empresários a respeito do tema. Distribuidores e comerciantes devem exigir dos fornecedores de baterias (fabricantes ou importadores) a comprovação de participação em SLR devidamente em dia com o órgão ambiental estadual. Dessa forma, esses negócios também farão parte do sistema, estarão cumprindo a legislação e atrairão consumidores atentos à agenda ESG.
Descarte apropriado e responsável
A Logística Reversa (LR) é fundamental na hora de lidar com o descarte adequado de baterias, facilitando a coleta e o encaminhamento desses materiais para a reciclagem. Isso é essencial para reduzir os impactos negativos ao meio ambiente e à saúde pública.
Vale ressaltar que todos os estabelecimentos comerciais que vendem baterias devem ser pontos de coleta, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Para estar regularizado, o estabelecimento comercial deve aderir ao SLR, disponível de forma gratuita na plataforma da FecomercioSP.
Se a sua empresa vende esse tipo de produto, é fundamental participar para evitar possíveis autuações em caso de fiscalização. Além de proteger o seu negócio contra multas, você tem a oportunidade de atrair e manter os clientes ao aderir aos SLRs apoiados pela Federação.
Inclusive, a FecomercioSP lançou, em abril, uma série de seis reportagens especiais focadas nos SLRs e na conscientização da reciclagem e do descarte adequado de produtos pós-consumo. As matérias abordam, além das baterias chumbo-ácido, os SLRs de óleo de cozinha usado, pilhas e baterias portáteis, equipamentos eletrônicos, lâmpadas e embalagens em geral.
Boas práticas
No entanto, para que os SLRs sejam eficazes, os clientes e consumidores também se mostram indispensáveis nessa cadeia, já que são responsáveis por garantir a destinação correta de produtos pós-consumo e de seus resíduos. Ao levar uma bateria para um ponto de coleta, por exemplo, o consumidor deve ser orientado a colocá-la em uma embalagem resistente e bem lacrada, como um recipiente plástico resistente ou um saco de lixo reforçado, e mantê-la em um local isolado até o momento de entregá-la ao ponto de coleta. Isso acontece porque o vazamento de líquidos tóxicos pode ocorrer se a bateria estiver solta no porta-malas do carro, por exemplo.
Alternativamente, o consumidor pode entregar a bateria usada à empresa que lhe vendeu e instalou a bateria nova, uma prática mais comum e mais factível. Geralmente, o centro automotivo já condiciona a venda e instalação da nova com a entrega da usada pelo consumidor.
Muitas empresas e organizações estão ativamente envolvidas na promoção da LR de baterias. Já o Iber executa uma tarefa importante na gestão de baterias de chumbo-ácido usadas, garantindo a reciclagem segura e eficaz. O reaproveitamento dessas baterias é necessário para prevenir a contaminação ambiental, minimizando o impacto e protegendo a saúde humana. Clique aqui e veja o ponto de coleta mais próximo.
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