Economia
21/11/2016Confiança dos empresários do varejo paulistano cresce 3,7% em outubro e se aproxima da faixa de otimismo
Segundo a FecomercioSP, as avaliações dos empresários sobre a situação atual foi o que mais influenciou no resultado do indicador
Confiança dos empresários vem sendo recuperada de forma lenta e gradual, acompanhando a capacidade de reação mais efetiva da economia
(Arte/TUTU)
Pelo sexto mês consecutivo, os empresários do comércio paulistano estão mais confiantes. Em outubro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou alta de 3,7% ao passar de 89,3 pontos em setembro para 92,6 pontos no mês. Em comparação com outubro do ano passado o índice apontou alta de 27,3% quando o ICEC registrava 72,8 pontos. Com isso, o indicador já acumula quatro altas interanuais consecutivas, mas continua abaixo dos 100 pontos, o que denota o pessimismo dos empresários com relação ao nível de atividade em geral da economia.
Apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o ICEC varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).
Segundo a Entidade, o pessimismo dos empresários reflete principalmente a queda das vendas do varejo. Entretanto, assim como já vinha sendo observado entre os consumidores, houve uma melhora das expectativas decorrente da formação de uma nova equipe econômica e do anúncio de medidas para enfrentar a crise.
A pesquisa mostra que, tanto as grandes quanto as pequenas empresas registraram aumento da confiança em outubro. Enquanto nas companhias com menos de 50 funcionários o ICEC cresceu 3,7% atingindo os 92,5 pontos, nas grandes empresas, que empregam mais de 50 pessoas, o índice teve alta de 4,7% na comparação com setembro, alcançando os 100 pontos, o que não acontecia desde fevereiro de 2015. Já em relação a outubro de 2015, a alta foi de 27,2% e 31%, respectivamente.
Para a FecomercioSP, as grandes empresas mostram uma recuperação maior na margem neste mês e voltam a ser mais confiantes do que as pequenas, como era observado ao longo da série histórica, ao contrário do que se viu recentemente. Esse princípio de retomada da liderança da confiança pelas grandes empresas também é um indício de volta à normalidade considerando o comportamento histórico do índice.
Indicadores
Pelo sexto mês consecutivo também, o ICEC registrou variações positivas nos seus três quesitos. O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), um dos componentes do ICEC, atingiu 52,6 pontos em outubro, elevação de 6,5% na comparação com setembro - principal responsável pelo crescimento do ICEC. Na comparação com outubro de 2015, a elevação foi de 49,8%.
O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) registrou alta de 3,4%, passando dos 139,9 pontos de setembro para os 144,6 pontos em outubro. O IEEC ainda é o único subíndice do ICEC acima do patamar dos 100 pontos e demonstra que muito da alta da confiança do empresariado está relacionada à expectativa de dias melhores.
Já o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), que mede a propensão dos empresários em realizar novos investimentos, registrou alta de 2,6% em outubro e atingiu 80,6 pontos. Em relação ao mesmo mês de 2015 o aumento é 14,3%.
Para a FecomercioSP, o resultado de outubro mostra que as expectativas estão mais favoráveis, a situação atual está cada vez menos ruim e a perspectiva de novas contratações está sendo retomada, embora o ciclo de consumo e o comportamento das vendas ainda sejam fracos. A confiança dos empresários vem sendo recuperada de forma lenta e gradual acompanhando a capacidade de reação mais efetiva do lado real da economia. Entretanto, a Federação ressalta que a recente trajetória positiva do indicador sugere que os empresários já emitem sinais de maior confiança em relação à recuperação do nível de atividade econômica a partir do ano que vem.
O momento ainda não é considerado amplamente favorável, aponta a Entidade, mas ainda que empresas e consumidores amarguem perdas e cortes de vagas, já é evidente a mudança de direção, com início da retomada de empregos, desaceleração da queda de produção (em alguns casos com a elevação da produção na margem) e com alguns dados efetivamente positivos do varejo que podem, gradativamente, se espalhar pelo setor e depois por toda economia ao longo de 2017/2018.
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