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Negócios

De feiras e exposições a festivais esportivos: setor de eventos se estabelece como condutor econômico da capital paulista

Mais do que um motor de crescimento, segmento é um pilar de projeções nacional e internacional da cidade; entenda os desafios e as oportunidades!

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De feiras e exposições a festivais esportivos: setor de eventos se estabelece como condutor econômico da capital paulista
Ricardo Dias é presidente da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta); Guilherme Dietze é presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP (Arte: TUTU)

*Por Ricardo Dias e Guilherme Dietze

A cidade de São Paulo é a locomotiva que se destaca como um dos mais importantes polos econômicos do Brasil, contribuindo com mais de 10% para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional — e deve grande parte desse protagonismo ao seu vibrante setor de eventos. Essa indústria sem chaminé, sustentável e com baixa emissão de carbono é a engrenagem do Turismo, e, consequentemente, da economia, gerando 15% da empregabilidade do País. O setor desempenha um papel fundamental nos dinamismos econômico e social da cidade, abrangendo todos os tipos de eventos, de feiras de negócios e festivais musicais a ocasiões sociais, como casamentos e formaturas. Tudo com espaço para crescimento e desenvolvimento de mão de obra qualificada, além dos mais diversos eventos diários — afinal, trata-se de uma “cidade que nunca dorme”. 

Há muito tempo, a capital paulista se consolidou como o principal destinos para eventos de grande porte na América Latina, oferecendo uma infraestrutura moderna, vasta gama de serviços e localização estratégica. Esses fatores tornam a cidade paulistana extremamente atrativa para as empresas, as organizações e os turistas de todo o mundo. Assim, no sentido de apontar o relevante dinamismo de turistas no local para os grandes eventos e feiras, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) realizou um levantamento recente em que mostra que há um aumento médio de pouco mais de 30% nos desembarques nos dois principais aeroportos da região (Guarulhos e Congonhas), na véspera até o dia final de feiras relevantes para a capital, como Feicon, Exposec, FCE Cosmetique e Fruit Attraction SP, exemplos utilizados para a realização do estudo.

‘Business’ em alta

O mercado corporativo de feiras e eventos é o grande responsável por afetar fortemente a cadeia do setor na capital. Quando se observa a taxa de ocupação dos meios de hospedagem, observa-se um desempenho mais expressivo nos períodos de março a maio e de agosto a novembro, com destaque para o penúltimo mês do ano — derivado do Grande Prêmio de Fórmula 1. Esse evento, por exemplo, causa um impacto econômico de R$ 856 milhões somente com o Turismo da cidade, segundo levantamento da SPTuris, com um público de dois terços de fora da Grande São Paulo.

No entanto, apesar dos dados positivos, é necessário destacar que há desafios importantes a serem enfrentados. O segmento de eventos passa por mudanças relevantes, com projetos e leis que visam dar mais dignidade ao setor e melhores condições de trabalho. Exemplos disso incluem a votação da Reforma Tributária e a necessidade da criação de um projeto de Microempreendedor Individual (MEI) específico para a atividade. Essas propostas têm como objetivo simplificar e melhorar os processos de abertura e gestão de empresas, aumentar a competitividade no mercado e promover a oferta de serviços de qualidade, contribuindo para a diversificação do setor. 

Outro problema que não só o setor de eventos encara, mas também a economia mundial, é a escassez de mão de obra qualificada, o que acarreta aumento de custos para os empresários. Com a pandemia da covid-19 e a paralisação integral dos eventos durante praticamente dois anos, muitos trabalhadores saíram e não retornaram. O aspecto da sazonalidade, do intermitente, diminui a atratividade no mercado laboral. Por isso, as entidades e as empresas seguem buscando soluções para qualificação e formalização, entre outros fatores relevantes para elevar o quadro de colaboradores diretos e indiretos ao segmento. 

Uma iniciativa importante que o governo estadual implementou recentemente foi a política pública para combater a violência contra a mulher em bares, baladas, restaurantes, casas de espetáculos, eventos e similares. O protocolo Não se Cale é o mais novo aliado da população para lidar com essas situações, uma vez que representa um avanço na promoção de ambientes seguros e inclusivos a todos os participantes de eventos. 

Porta de entrada do Brasil

São Paulo precisa do setor de eventos, assim como o setor de eventos precisa das estruturas e do povo paulistano, pois é aqui que se promovem a troca de conhecimento, a geração de negócios e a divulgação dos mais diversos tipos de culturas. Ao sediar eventos de todos os portes, a cidade se posiciona como um centro de inovação e um retrato da globalização, atraindo investimentos e consolidando a própria posição no cenário global. Vale destacar que a capital paulista é a principal porta de entrada de turistas estrangeiros no País pelo acesso aéreo, com quase metade das pessoas que chegam ao Brasil.

O setor de eventos em São Paulo não é apenas um motor econômico, mas também um pilar essencial para a projeção da cidade nos cenários nacional e internacional. A capacidade de atrair e realizar eventos de grande porte fortalece o Turismo, gera empregos e estimula a economia, ao mesmo tempo que promove a inovação. Com políticas públicas que garantam ambientes seguros e inclusivos e iniciativas voltadas ao crescimento e à competitividade do setor, São Paulo está preparada para se firmar como um dos mais importantes centros globais de eventos. O futuro é promissor. 

*Ricardo Dias é presidente da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta). Guilherme Dietze é presidente do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP)

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