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18/05/2014Especialistas enxergam com opacidade os rumos do Big Data
São Paulo, 19 de maio de 2014 – Especialistas da Universidade de São Paulo, da FIA, da Universidade Metodista, da Alvarez & Marsal e da HP debateram nesta segunda-feira (19) os diversos prismas do chamado Big Data, termo amplo que aborda o conjunto de tecnologias responsáveis pelo armazenamento e organização do gigantesco volume de dados gerados diariamente. O evento, “Big Data – Uma Questão Urgente a Ser Enfrentada pelas Empresas”, foi realizado pelo Conselho de Tecnologia da Informação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Durante o encontro, o presidente do Conselho, Renato Opice Blum, expôs questões como o compartilhamento de dados e destacou a importância da informação como um ativo intangível. Pontos como princípios de anuência para a coleta de informações e a simplificação dos termos de uso estabelecido pelo Marco Civil da Internet, pelo artigo 7, além das incongruências da nova lei, foram alguns dos temas expostos pelo advogado. Opice Blum destacou, ainda, a preocupação sobre a representação do País no quesito de proteção de dados e concluiu que, por enquanto, ainda não há uma real percepção do que está acontecendo.
O professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas digitais da Escola Politécnica (USP), Edison Gomi, apresentou exemplos positivos e negativos de aplicações do Big Data. Entre eles, o caso do Ebay que, diariamente, gera 100 terabytes (TB) de dados e a Wikipedia, que possui 30 milhões de verbetes disponíveis em 287 idiomas, além de um portal norte-americano que mapeia os cidadãos que possuem porte de armas e disponibiliza as informações aos internautas. Gomi também abordou as questões técnicas do Big Data, como captura, armazenamento, pesquisa, compartilhamento, transferência, análise, visualização, veracidade e curadoria de informações.
Dando continuidade ao evento, o professor do curso de pós-graduação em Big Data da FIA e consultor de BI e Big Data, Marcos Pichatelli, demonstrou os cinco passos necessários para criação e implementação de uma estratégia de Business Intelligence (BI) para as empresas do comércio. Pichatelli demonstrou as questões que diferenciam a estratégia de BI tradicional à estratégia de BI com a utilização do Big Data, em que se leva em conta o comportamento em redes sociais, e-mails, sensores e logs na geração de uma análise preditiva para a tomada de decisões.
Demonstrando a aplicabilidade das técnicas de Big Data, o diretor de tecnologia da informação da Universidade Metodista de São Paulo, Daví Betts, apresentou o case Intelligere, projeto da instituição que objetiva melhorar o processo de aprendizagem e assegurar o sucesso dos alunos por meio da aplicação de inteligência analítica aos processos de aprendizagem. Betts destacou a diminuição de 16% dos custos operacionais da universidade e a ocupação das salas de aula em 96% após a implantação dos processos de Business Intelligence, destacando que o sucesso de um projeto de análise de dados só é possível quando há planejamento integrado, vontade política e gestão de mudanças.
O diretor da Alvarez & Marsal, Afonso Coelho, levou informações sobre a importância da segurança da informação, elencando ameaças políticas, legais, econômicas e tecnológicas que o vazamento ou a má utilização de dados pode trazer a companhias privadas, órgãos públicos ou cidadãos. Finalizando a exposição, diretor da Autonomy Latin America HP, Federico Grosso, destacou os principais desafios da tecnologia, como a falta de profissionais habilitados para o gerenciamento do grande volume de informações.
No debate após o evento, que contou, ainda, com a presença do vice presidente do Conselho, Rony Vainzof, os especialistas concluíram que o Big Data é, também -, entre diversas possibilidades trazidas pelo termo - uma maneira de se pensar como a tecnologia pode incrementar novos negócios. Tópicos como fraude, venda, manipulação e mercado negro de dados foram outras questões levantadas durante o encontro. Como conclusão, os especialistas acreditam que ainda estamos “na era da barbárie”, em que tudo é permitido quando o assunto é internet, coleta e regulamentação de dados.
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