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Economia

FecomercioSP aposta em alta de 0,5 ponto percentual na taxa Selic

Para a Entidade, em razão do desequilíbrio das contas públicas, novos aumentos da taxa de juros são cada vez menos eficazes no combate à alta dos preços

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FecomercioSP aposta em alta de 0,5 ponto percentual na taxa Selic

A mediana das expectativas do mercado para a inflação de 2016 segue em alta e já atinge 7%
(PixAbay)

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) acredita que o Banco Central deva retomar o aumento da Selic após período de estabilidade, desde setembro de 2015.

Com a elevação da Selic de 10,5% para 14,25% entre os meses de janeiro e agosto de 2015, a Entidade entendeu a postura do Banco Central em agir com o objetivo de evitar que a alta dos preços - concentrada principalmente em alimentos e tarifas públicas - se disseminasse por todos os segmentos da economia. De acordo com os economistas da Federação, diante de um enfraquecimento cada vez mais rápido da atividade econômica, também parecia bastante limitado o espaço para o repasse dos aumentos dos custos aos preços finais.

Entretanto, mesmo os juros altos não impediram que o IPCA encerrasse o ano com elevação de 10,67%, e a mediana das expectativas do mercado para a inflação de 2016 segue em alta e já atinge 7%, segundo o relatório Focus. Com isso, a FecomercioSP acredita que o Banco Central deva aumentar em 0,5 ponto porcentual (p.p.) a taxa Selic durante reunião nesta semana.

Como já divulgado pela Federação, o Banco Central parecia ter chegado ao limite com seu principal instrumento (a taxa de juros), uma vez que, sem a colaboração da política fiscal, a política monetária tenderia a perder sua eficácia. Por outro lado, a Entidade reconhece que, a um Banco Central plenamente comprometido com as metas de inflação, não resta alternativa a não ser a elevação dos juros.

Assim, na primeira reunião de 2016, o Copom enfrenta uma situação delicada: se mantém a Selic, pode perder credibilidade e ver cada vez mais desacreditado seu compromisso com a convergência da inflação para as metas. Se a eleva um pouco, diante da recessão em curso e da tendência de aumento do desemprego, o efeito sobre a inflação tende a ser mínimo, apesar dos custos significativos na conta de juros e no encarecimento do crédito. Por fim, segundo a análise da assessoria econômica, uma alta muito expressiva da Selic até poderia controlar a inflação, mas às custas de um ciclo recessivo de proporções ainda maiores do que o atual.

O panorama é gravíssimo e a FecomercioSP volta a ressaltar que o desequilíbrio econômico estrutural torna urgente a retomada de uma agenda de reformas de longo prazo que envolvam fortes reduções dos gastos públicos e da burocracia, abertura comercial e melhora do ambiente de negócios. A política monetária, sozinha, dificilmente será capaz de controlar o processo inflacionário em curso. Novas altas dos juros devem ter efeitos cada vez menos significativos sobre a dinâmica dos preços, apesar de agravarem o quadro recessivo e piorarem ainda mais a situação das contas públicas.

A FecomercioSP reforça a necessidade de o País enfrentar, de fato, a questão fiscal, ou correrá o sério risco de conviver por anos com estagnação da economia, juros altos e inflação elevada.

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