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Imprensa

Impasses políticos e alta nos preços dos combustíveis abalam confiança dos paulistanos, que recua 3,1% em agosto

Segundo a FecomercioSP, tanto a análise sobre o momento atual da economia (-5,7%) como a expectativa para o futuro (-2,1%) sofreram retração na comparação com julho

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São Paulo, 30 de agosto de 2017 - A crise política, em conjunto com a demora na aprovação das reformas e, principalmente, o aumento de impostos sobre os combustíveis surtiram efeitos negativos sobre a confiança dos consumidores paulistanos na passagem de julho para agosto. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do município de São Paulo recuou 3,1% em agosto, ao passar de 104,8 pontos em julho para 101,5 pontos no mês atual. Na comparação com agosto de 2016, porém, houve leve alta de 1,4%, quando o indicador marcou 100 pontos. A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e a escala de pontuação varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total).

Os dois quesitos que integram o indicador registraram avaliações negativas nesse período. O Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) encolheu 5,7%, ao passar de 73,5 pontos em julho para 69,3 pontos em agosto. Em relação a agosto do ano passado, o índice apresentou alta de 26,7%. O Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), outro componente do ICC, apresentou queda de 2,1%, passando de 125,6 pontos em julho para 122,9 pontos em agosto. No comparativo anual, o indicador registrou queda de 5,6%.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o indicador vem oscilando entre 100 e 105 pontos desde maio sem estabelecer uma trajetória definida. A Entidade destaca ainda que esta foi a terceira queda interanual observada no indicador que mede as expectativas (IEC), o que mostra que o consumidor está um pouco menos confiante em relação ao futuro do que há um ano. Tudo indica que a atual crise política, além da demora na aprovação das reformas, tenha contribuído para esse resultado.

Em termos gerais, a Federação afirma que a desaceleração verificada nos preços dos insumos e a queda dos juros acabaram sendo ofuscadas por fatores, como o alto nível de desemprego que persiste no País. Essas variáveis ainda devem manter essas flutuações entre altas e baixas do indicador até que haja uma melhora mais consistente do poder de compra do consumidor.

Gênero e renda

No resultado apurado pelo ICEA, destacou-se a assimetria registrada na classe dos gêneros em agosto. Enquanto o grupo masculino descreveu alta de 4%, passando de 75,3 pontos em julho para 78,3 pontos em agosto, o grupo feminino registrou queda de 15,9%, ao passar de 71,8 pontos em julho para 60,4 pontos em agosto. Outro destaque foi a queda de 14,9% no grupo de consumidores com renda superior a dez salários mínimos, que passou dos 82,9 pontos em julho para 70,6 pontos em agosto.

Observando os resultados do IEC, destacou-se também a assimetria observada na classe dos gêneros. O grupo masculino registrou alta de 1,3%, ao passar de 127,9 pontos em julho para 129,6 pontos em agosto. Já o grupo feminino descreveu queda de 5,8% passando de 123,4 pontos em julho para 116,3 pontos em agosto. Outro destaque negativo ficou por conta daqueles com idade superior a 35 anos, que contabilizou baixa de 4,4%, ao passar de 123,2 pontos em julho para 117,7 pontos em agosto.

Metodologia

O ICC é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.

Os resultados são segmentados por nível de renda, gênero e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 1990, a equipe econômica da FecomercioSP adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no País, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central dos Estados Unidos.

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