Economia
06/05/2016Mudança de cenário político já influencia confiança do consumidor, aponta FecomercioSP
Pesquisa de maio mostrou forte melhora nas expectativas dos consumidores
Movimento sugere reversão de expectativas dos consumidores, que seguem pessimistas, mas passaram a acreditar em melhora
(Arte/TUTU)
O provável desfecho da crise política parece estar afetando positivamente as expectativas dos agentes econômicos. É, ao menos, o que sugere o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e cuja escala de pontuação varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).
O ICC de maio registrou crescimento de 3,6% na comparação com o mês anterior e atingiu 90,9 pontos. A alta foi motivada pelo forte aumento do componente que mede as Expectativas do Consumidor (IEC), que subiu 7,5% em relação a abril e chegou a 119,9 pontos, o maior valor desde novembro de 2014 - quando os resultados foram afetados pela disputa do 2º turno da eleição presidencial. Na comparação com maio de 2015, o IEC apontou elevação de 21,4%, a maior alta anual desde abril de 2010.
Para os economistas da Entidade, o movimento do IEC, que já vinha apresentando leve tendência de crescimento desde o final do ano passado, sugere uma reversão de expectativas dos consumidores, que seguem pessimistas, mas passaram a acreditar em uma melhora das suas condições econômicas futuras.
O outro componente do indicador, que mede a avaliação dos consumidores em relação às condições econômicas atuais (ICEA), atingiu 47,4 pontos em maio, queda de 8,8% na comparação com abril e de 41,8% ante o mesmo mês do ano passado. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, apesar da melhora das expectativas, a situação financeira dos consumidores ainda está sendo negativamente afetada pelos juros altos, pela queda da renda e pelo aumento do desemprego.
Os economistas da Federação lembram que, ao longo de 2015, o ICC sofreu quedas muito fortes em ambos os componentes (ICEA e IEC), que atingiram patamares próximos aos menores já registrados na série histórica iniciada em junho de 1994. Mais recentemente o indicador começou a mostrar estabilidade, mas por causa de comportamentos distintos de seus componentes: enquanto a percepção média da situação atual continuava a piorar em 2016, as expectativas futuras começaram a dar sinais de elevação. Esses sinais, não coincidentemente, se intensificaram com a perspectiva real de um novo governo assumir a condução do país.
No indicador calculado a partir das entrevistas realizadas no final de abril e divulgado agora em maio, houve forte melhora na avaliação das expectativas (+7,5%), o que puxou para cima o ICC, ao passo que as condições econômicas atuais continuam a se deteriorar na visão do consumidor. Não por acaso essa percepção se acentuou após a probabilidade de troca de comando no governo ter ficado muito alta. Afinal, segundo os economistas da FecomercioSP, o consumidor já compreendeu que a recuperação da economia passa, necessariamente, por uma reorganização política capaz de aglutinar forças, conquistar governabilidade e, com isso, propor e aprovar medidas e reformas da economia.
Os dados dos consumidores já atestam essa dinâmica de recuperação da confiança no futuro e, segundo a Federação, os empresários tendem a mostrar comportamento semelhante.
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