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Sustentabilidade

Mudança de hábito é chave para a eficiência energética

Além de ações governamentais, é preciso educação e empenho dos cidadãos em suas escolhas de consumo

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Mudança de hábito é chave para a eficiência energética

Escolher aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos eficientes é uma medida importante
(Arte TUTU)

Por Deisy de Assis

A eficiência energética, conceito que define o uso da energia sem desperdícios, depende de um comportamento mais responsável dos consumidores, o que, de acordo com especialistas, só será viabilizado por meio da mudança de hábito.

Na opinião do professor da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Enes Gonçalves, o principal desafio a ser enfrentado é o fato de que os costumes da população sempre dão prioridade ao conforto.

“Ao abrir mão do consumo excessivo de energia, abre-se mão da comodidade que ela proporciona. É preciso alterar esse comportamento, o que é muito delicado para a sociedade individualista e consumista que somos”, ressalta.

Gonçalves cita medidas simples que, somadas, fazem a diferença no consumo. Algumas são bem conhecidas do brasileiro, por causa das campanhas de economia de energia: não exceder dez minutos no banho, apagar as luzes de ambientes desocupados e trocar lâmpadas e aparelhos eletrônicos por outros mais eficientes. O professor lembra ainda a utilização do transporte público ou a carona solidária.

O presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, José Goldenberg, argumenta que, além do comportamento individual, a vida moderna vem de encontro à eficiência. “A arquitetura atual é um exemplo, com cada vez mais prédio espelhados (que contribuem para o superaquecimento) e repletos de aparelhos de ar condicionado, que gastam muita energia elétrica.”

Ações governamentais

Goldemberg acredita que a área de planejamento do Ministério de Minas e Energia não tem investido na eficiência. “Em países como Estados Unidos e Japão, por exemplo, há restrições de mercado com a classificação de produtos eletrônicos e eletrodomésticos”, diz ele, que argumenta que poucos países ainda utilizam chuveiros elétricos, ao passo que no Brasil o equipamento, cujo consumo de energia é alto, é o mais comum no mercado.

O presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP considera ser necessário que os produtos que não tenham tecnologia para um baixo consumo de energia elétrica tenham a venda proibida.

Outro exemplo citado por Goldemberg é a atualização a cada cinco anos da tabela que estabelece o grau de eficiência energética dos carros nos Estados Unidos. Assim, os veículos em circulação vão se tornando cada vez menos poluentes a cada revisão.

Consciência social

Para Enes Gonçalves, porém, a população precisar ter clareza de que as ações para a eficiência energética não dependem apenas de legislação ou dos governos. Goldemberg concorda que é preciso um conjunto de medidas que envolva toda a sociedade e o Estado.

“Não adianta o governo criar leis se não houver educação e consciência social, que associadas a ações do Estado que ultrapassem governos e partidos políticos, são a chave para a mudança”, frisa Gonçalves.

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