Economia
06/09/2018Publicidade brasileira é a que mais entende de crise no mundo, diz Washington Olivetto
Publicitário sugere que País faça uma propaganda durante o Super Bowl quando a economia se recuperar
Brasileiro é um dos povos mais receptivos a campanhas de marketing, comenta Washington Olivetto
(Foto: Christian Parente)
Enfrentar períodos econômicos desfavoráveis como o atual não é novidade para a publicidade brasileira. Embora o País seja muito receptivo a campanhas de marketing, em função da diversidade de seu povo, a instabilidade econômica impede que a área prospere como poderia, afirma o publicitário Washington Olivetto.
“A publicidade brasileira é a que mais entende de crise no mundo, porque nós já tivemos todas as possíveis e imagináveis, inclusive crises de prosperidade”, comenta Olivetto, em entrevista ao UM BRASIL. “Vale a pena ser próspero em um lugar onde muitos são prósperos. Aliás, anos atrás eu falava que só os publicitários gostavam mais de uma boa distribuição de renda do que os sociólogos de esquerda”, completa.
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Morando em Londres desde o fim de 2017, Olivetto ressalta que o Brasil é um dos melhores lugares para criar campanhas de marketing em razão de o brasileiro ser receptivo a ideias novas. Contudo, afirma que somente com melhor educação – não necessariamente universitária – é que serão feitas peças de nível intelectual mais elevado e que promovam o que para ele é o grande patrimônio do País: a miscigenação do povo brasileiro.
“A verdade é a seguinte: a publicidade é criada, aprovada e veiculada por pessoas. Quanto melhor forem as pessoas, melhor será a publicidade”, afirma.
O publicitário comenta que gostaria de assistir a uma propaganda sobre o Brasil durante o intervalo do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano e momento de maior audiência da televisão nos Estados Unidos. “Seria bacana fazer um comercial sobre o Brasil, não do ponto de vista ufanista ou de uma cultura pseudoerótica, mas mostrando humor, sensualidade, música, alegria e bons produtos brasileiros”, sugere.
Entretanto, Olivetto reforça que ainda não é o momento certo para pôr em prática uma ideia desse tipo. “Boa publicidade é fundamental. Boa comunicação sempre dá para fazer. Mas, primeiro, tem de ter um bom produto. Então, a gente precisa primeiro arrumar o produto. A pior coisa que um mau produto pode ter é uma boa publicidade, porque ela faz o produto ser descoberto”, salienta.
Confira a entrevista na íntegra a seguir:
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