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Imprensa

Apesar de queda de 0,8% nas vendas em fevereiro, varejo paulista segue trajetória de recuperação neste ano, aponta FecomercioSP

De acordo com a Entidade, retração pode ser explicada pelo efeito calendário, já que 2016 foi um ano bissexto e, portanto, o mês de fevereiro teve 29 dias

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São Paulo, 22 de maio de 2017 – As vendas no comércio varejista do Estado de São Paulo registraram queda de 0,8% em fevereiro, na comparação com mesmo mês de 2016. O resultado, porém, não interrompe a série de crescimento no faturamento do setor, pois deve-se considerar o efeito calendário, já que ano passado foi bissexto, ou seja, um dia a mais em fevereiro. Vale destacar que a média diária das vendas reais em fevereiro de 2017 foi 2,7% superior a fevereiro do ano passado, o que torna o resultado de
-0,8% mais favorável do que pode parecer com a análise isolada do número. Assim, o varejo paulista registrou faturamento real de R$ 45,3 bilhões no mês, R$ 370,9 milhões abaixo do valor apurado em fevereiro de 2016. No acumulado dos dois primeiros meses deste ano, as vendas no varejo cresceram 1,7%, em termos reais, o que representa R$ 1,6 bilhão a mais de receita. Considerando os últimos 12 meses, o setor apresentou alta de 0,5% nas vendas.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Entre as 16 regiões analisadas pela Federação, sete apresentaram crescimento no faturamento real na comparação com o mesmo mês de 2016, com destaque para Marília (8,7%), Araraquara (8,2%) e Ribeirão Preto (4,4%). As maiores quedas nas vendas foram registradas nas regiões de Osasco (-12,3%), Bauru (-7%) e Litoral (-5,5%).

Das nove atividades pesquisadas, três mostraram aumento em seu faturamento real em fevereiro, na comparação com mesmo mês de 2016: farmácias e perfumarias (16,1%), autopeças e acessórios (13,0%) e outras atividades (0,9%). Essas altas contribuíram para o resultado geral com 1,6 ponto porcentual (p.p.).

As retrações registradas pelos setores de concessionárias de veículos (-8,6%), eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-5,7%) e supermercados (-1,4%) foram determinantes para o desempenho negativo impactando com -1,9 p.p. no resultado geral.

tabela_pccv_fev2017

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o varejo deu andamento no mês a um processo de lenta recuperação de seu movimento, como vinha sendo observado desde novembro. Até o momento, há uma combinação positiva de elementos determinantes para o comércio varejista que acabam por fundamentar a melhora nos indicadores de confiança dos consumidores e empresários, constatada há meses pela Federação. São eles: a queda da inflação (que está convergindo para o centro de sua meta anual), o ciclo de cortes na taxa básica de juros e a elevação na renda agrícola por causa do forte aumento de exportações de commodities (onde São Paulo tem grande presença).

Expectativa
De acordo com a Federação, mesmo com a lenta recuperação que está em curso, é preciso ter cautela na avaliação da sustentabilidade dessa tendência. Isso porque o grande obstáculo para a consolidação de fato de um ciclo sustentado de recuperação das vendas, segundo a Entidade, ainda dependente de uma reativação ampla e contínua do ritmo das demais atividades que permita o aumento das taxas de emprego e consequente recomposição da renda interna da população ocupada. Na visão da FecomercioSP, as condições necessárias para isso infelizmente ainda não estão efetivadas como a estabilidade do quadro político, o controle e o ajuste das contas públicas que, por sua vez, grande parte depende das reformas nos âmbitos trabalhista, previdenciário e tributário.

Apesar disso, a Federação aponta para 2017 uma taxa de crescimento anual das vendas de 2,7% motivada pelo conjunto dos principais indicadores econômicos e suas perspectivas. A prioridade da equipe econômica para o controle da inflação e a restauração da credibilidade do mercadoque permita a atração de investimentos internos e externos também refletem na taxa de crescimento.

Varejo paulistano
As vendas do varejo na capital paulista atingiram R$ 14,2 bilhões em fevereiro, alta de 1% na comparação com mesmo mês de 2016. Considerando a série histórica a partir de 2008 foi o 3º maior resultado do varejo paulistano para um mês de fevereiro. No acumulado dos últimos doze meses, o faturamento real do comércio varejista da registra crescimento de 3,5%.

Entre as nove atividades analisadas, quatro apresentaram crescimento no faturamento em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado: autopeças e acessórios (32,7%), farmácias e perfumarias (24,0%), outras atividades (6,3%) e supermercados (0,5%), que, em conjunto, contribuíram positivamente com 3,7 p.p. para o resultado geral.

No sentido inverso, as maiores quedas foram observadas nas atividades de concessionárias de veículos (-13,5%), materiais de construção (-5,1%) e, eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-2,3%) que juntas representaram pressão negativa de 2,5 p.p. nas vendas do varejo.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, pelo oitavo mês consecutivo a capital paulista mostrou um desempenho de vendas varejistas superior ao observado na média do Estado. Em fevereiro, o comércio paulistano não apenas superou a média estadual como também mostrou crescimento em seu faturamento real em relação ao mesmo mês de 2016. Segundo a Federação, os dados da capital embasam a tese de início de recuperação das vendas varejistas no Estado, pois a região tem peso significativo no total do comércio estadual.

Dessa forma, a manutenção provável dessa recuperação permite traçar estimativas também mais otimistas para o crescimento do varejo no estado. Persistindo essa tendência, a Entidade aponta que o faturamento real anual do comércio paulistano pode alcançar 3,8% de crescimento em 2017.

Nota metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios, concessionárias de veículos, farmácias e perfumarias, lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos, lojas de móveis e decoração, lojas de vestuário, tecidos e calçados, materiais de construção, supermercados, entre outras atividades).

Os dados brutos são tratados tecnicamentepara apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.

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