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05/12/2016Aumento nos preços de transportes pressiona custo de vida do paulistano em outubro, aponta FecomercioSP
De acordo com a Entidade, os principais aumentos foram observados em Passagens aéreas (13,4%) e Etanol (8,17%)
São Paulo, 05 de dezembro de 2016 - O custo de vida na região metropolitana de São Paulo subiu 0,35% em outubro, ante os 0,19% registrados em setembro. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 7,68%, já no período de janeiro a outubro de 2016 foi observada uma variação de 5,76%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O resultado de outubro foi pressionado pela elevação nos preços do segmento de Transportes que encerrou o mês com alta de 1,45%. No período de janeiro a outubro o indicador acumulou elevação de 2,03% e no período dos últimos 12 meses, +5,24%. O setor é o segundo mais relevante (peso de 21,4%), dentre todos os demais, em termos de ponderação, perdendo apenas para Alimentação e bebidas, que responde por 22,4% do CVCS. Os principais destaques foram observados em Passagens aéreas (13,4%) e Etanol (8,17%).
Os demais grupos que contribuíram para a elevação do índice foram Habitação (0,16%), Saúde (0,25%), Comunicação (0,44%) e Educação (0,01%). Por outro lado, os segmentos que apresentaram variação negativa em seus preços foram Artigos do lar (-0,53%), Despesas pessoais (-0,05%), Alimentação e bebidas (-0,02%) e Vestuário (-0,01%).
As classes D e A foram as que menos sentiram a alta do custo de vida, com acréscimos de 0,25% e 0,29%, respectivamente; enquanto nas classes B e C, as elevações foram de 0,36% e 0,37%, respectivamente.
IPV
O Índice de Preços no Varejo (IPV) registrou elevação de 0,13% em outubro fazendo o indicador acumular 8,73% em 12 meses e 6,09% em 2016. As principais influências para a aceleração nos preços vieram dos grupos de Transportes (1,40%) Habitação (0,17%) e Educação (0,20%).
Por outro lado, os setores que apontaram recuos em suas variações médias foram: Alimentação e bebidas (-0,58%), Artigos de residência (-0,55%), Despesas pessoais (-0,45%), Saúde e cuidados pessoais (-0,24%) e, por fim e bastante próximo da estabilidade, Vestuário (-0,01%).
A classe D foi a que menos sentiu a alta nos preços dos produtos em outubro, encerrando o mês com recuo de 0,10% do IPV. Já a classe B assinalou acréscimo de 0,24%.
IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) registrou aumento de 0,59% em outubro ante os 0,41% notados em setembro e os 0,25% observados em agosto. O IPS acumula elevação de 5,4% em 2016 e de 6,56% nos últimos 12 meses.
Assim com notado nos produtos, o setor de Transportes ficou responsável pela maior pressão de alta já que assinalou incremento de 1,52% no décimo mês do ano. Em 2016 o segmento acumula elevação de 2,22% e nos últimos doze meses a alta é de 4,65%. Dentre os nove setores que compõem o IPS, três acusam alta real de preço no acumulado de 2106: Alimentação e bebidas (6,14%), Saúde e cuidados pessoais (10,84%) e Educação (7,95%).
As famílias das classes A e B foram as que menos sentiram o avanço dos preços de serviços no mês, ambas com altas de 0,47%. Já as classes E e D encerraram o mês com 0,75% e 0,78%, respectivamente.
Para a FecomercioSP, ainda que no dado anual os preços indiquem uma leve desaceleração no contraponto com o mesmo período de 2015, é importante atentar que a pressão nos preços de itens básicos como alimentação e saúde, tende a restringir a renda das famílias, fazendo com que haja um menor consumo de bens considerados supérfluos no intuito de manter um mesmo padrão de consumo.
A Entidade reforça que, com o aumento na dispersão de quedas, como no segmento de alimentação e bebidas, é bastante provável que tenha uma certa reacomodação nos preços, justificando, em partes, a decisão do Comitê de Política Monetária em iniciar um movimento de redução nas taxas de juros.
Metodologia
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV 181 produtos de consumo.
As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.
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