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Imprensa

Parcela de empresários do comércio que considera seus estoques elevados atinge maior nível desde abril de 2017

Segundo a FecomercioSP, em julho, 33,3% dos entrevistados declararam ter excesso de produtos nas prateleiras, alta de 0,9 p.p. na comparação mensal

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São Paulo, 24 de julho de 2018 – Em julho, o Índice de Estoques (IE) do comércio varejista paulistano caiu pelo terceiro mês consecutivo, ao passar de 107,1 pontos em junho para 105 pontos em julho, retração de 1,9%. Em relação ao mesmo período do ano passado, o indicador registrou queda de 0,8%. A queda foi motivada pelo aumento de 0,9 ponto porcentual (p.p.) na proporção de empresários que considera seus estoques elevados, atingindo 33,3% em julho, o maior patamar desde abril de 2017.

Os dados são levantados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e captam a percepção dos varejistas sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, variando de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.

Em julho, 52,2% dos varejistas declararam ter estoques adequados, a terceira queda seguida e o menor nível do ano. A parcela que considera ter falta de produtos em estoque subiu 0,2 p.p. – de 13,8% em junho para 14% neste mês.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, os sinais de rearranjo positivo da economia observados nos meses de abril e início de maio, foram revertidos com o movimento de paralisação dos caminhoneiros. Tal cenário, aliado às incertezas políticas e eleitorais, problemas internos de infraestrutura e interferência indevida de processos legais sobre possibilidade de reformas tem desanimado empresários e consumidores e afastado investimentos, o que pode ser percebido no nervosismo do mercado de câmbio.

De acordo com a Entidade, para que a parcela de empresários com estoques elevados caia ao patamar pré-crise de 25% e a de adequados supere os 60%, seria necessária mais uma rodada de otimismo e crescimento das vendas, algo que não parece provável diante dos problemas e incertezas que o País enfrenta. Além disso o início do segundo semestre é, de maneira geral, uma época de vendas mais fracas relativamente a outros períodos do ano.

A Federação acredita que o cenário de incerteza deve seguir até as eleições. Por isso, aos empresários do comércio, a Entidade recomenda cautela na definição das metas de venda e, portanto, na aquisição de mercadorias.

Nota metodológica
O Índice de Estoques (IE) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São Paulo. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques para "acima" (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e para "abaixo" (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo). A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.

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