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Economia

Queda do PIB em 2015 reforça gravidade da crise e prevê cenário ruim para 2016

FecomercioSP já antevia mau resultado, que foi confirmado com recuo de 3,8% no indicador, e aponta a queda de investimento como ponto problemático

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Queda do PIB em 2015 reforça gravidade da crise e prevê cenário ruim para 2016

A queda de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2015 na comparação com 2014, divulgado na manhã desta quinta-feira (3), confirma a preocupação da FecomercioSP quanto à gravidade dos efeitos das crises econômica e política pelas quais passa o País e da demora de medidas visando os ajustes necessários.

Em 2015, os desajustes macroeconômicos só se acentuaram, e a Entidade já antecipa dificuldades em 2016, ano em que novamente o PIB deve cair (tudo indica que também ao redor de 4%). Com isso, será a primeira vez na história econômica em que o Brasil vai ter três anos seguidos de recessão.

Investimentos

Para a assessoria técnica da Federação, o ponto mais problemático continua sendo a queda do nível de investimentos e poupança. A taxa de investimento em 2015 foi de 18,2% do PIB, abaixo do observado no ano anterior (20,2%). Quanto à poupança, a taxa passou de 16,2% em 2014 para 14,4% em 2015.

A assessoria técnica destaca que a queda no indicador de investimento ocorre desde 2014 e deve ser a fonte de todas as preocupações do governo e do setor privado. Essa retração se deve à reduzida poupança interna somada à desconfiança cada vez maior de empresários e consumidores. É algo que compromete o futuro e, por isso, não há motivos para qualquer otimismo com a atividade econômica nos próximos trimestres.

Por outro lado, sem poupança, não há como a nação crescer de forma sustentável, o que obriga o governo a buscar formas mais caras de financiamento, interna ou externamente.

Demanda

O consumo das famílias foi outro destaque negativo, recuando 1,3% contra o trimestre imediatamente anterior e 6,8% em relação ao terceiro trimestre de 2014. Para a FecomercioSP, esse resultado já era esperado e confirma que a sensação das famílias é pior do que a queda média do PIB.

Vale dizer que os consumidores sentiram os reajustes tarifários de gasolina e luz, entre outros, ao longo de 2015 e ainda lidam com falta de perspectiva econômica, desemprego crescente, juros subindo e inflação que não cede, apesar da recessão. São fatores que reforçam a sensação de crise maior que a forte queda no PIB.

O varejo vê seu faturamento despencar seguidamente, com quedas de 10% a 12% na comparação anual, em uma base já bastante combalida. O consumo das famílias caiu pela primeira vez em um ano desde 2003, com -4% no ano passado.

Câmbio

Por outro lado, a desvalorização cambial é o único fator que gerou efeitos positivos, com a balança comercial fechando o ano com superávit de quase US$ 30 bilhões. Contudo, esse desempenho se deve, praticamente, a um ciclo de substituição de importações e não de aumento de exportações, aponta a análise da assessoria técnica.

Para a Entidade, o governo enfrenta a crise com ajustes insuficientes, mantendo o desequilíbrio macroeconômico e em, alguns casos, competindo para piorar a situação. Além da lentidão em conseguir aprovar os ajustes no Congresso, falta sinalização clara de que a equipe econômica já tenha entendido a profundidade da crise.

A FecomercioSP julga necessário que se resolva a crise política e que se recomponha a governabilidade do País para que os impasses da economia sejam superados.

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