Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Economia

Setor de vestuário, tecidos e calçados acentua queda no faturamento do comércio varejista paulistano

Para a FecomercioSP, a segunda retração consecutiva nas vendas muda as estimativas para o resultado final de 2015 e sinaliza um recuo ao redor de 6%

Ajustar texto A+A-

Setor de vestuário, tecidos e calçados acentua queda no faturamento do comércio varejista paulistano

As vendas do varejo na capital paulista em fevereiro recuaram 5,5% em comparação ao mesmo período de 2014 e totalizaram o faturamento de R$ 11,6 bilhões. Essa queda pressionou negativamente o índice estadual em 1,6 ponto percentual.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) segundo informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz).

Das nove atividades pesquisadas, três apresentaram retrações expressivas de dois dígitos em relação ao mesmo período de 2014: lojas de vestuário, tecidos e calçados (-26,1%), as lojas de móveis e decoração (-22,5%) e concessionárias de veículos (-14,4%). Somados, esses três segmentos impactaram -5,6 pontos percentuais da queda geral de 5,5% apurada no varejo total. 

O único dado positivo mais relevante, por ser a atividade com maior peso relativo no varejo, foi o de supermercados. O setor expandiu 1,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado e contribuiu 0,4 ponto percentual para o índice geral da capital.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a segunda queda consecutiva das vendas no ano muda as estimativas para o resultado final de 2015 e a projeção agora é de uma retração ao redor de 6%. A cidade de São Paulo sofre com a fragilidade prolongada da atividade industrial - que paga rendimentos médios maiores - e a consequente deterioração dos indicadores de renda e de emprego, o que resulta na baixa generalizada do crédito.

Desempenho estadual
O faturamento do comércio varejista paulista completa 12 meses consecutivos de resultados negativos. Em fevereiro, a retração foi de 5,7% na comparação com o mesmo período de 2014 e a receita mensal atingiu R$ 38,5 bilhões.

Segundo a assessoria econômica da Federação, a movimentação negativa do comércio varejista confirma que a instabilidade de variáveis de maior abrangência - como renda, emprego, inflação e crédito - têm impactado diretamente na confiança de consumidores e empresários, prorrogando as expectativas de normalização do consumo.

Das nove atividades pesquisadas, oito apresentaram queda e quatro tiveram baixas expressivas de dois dígitos em comparação a fevereiro de 2014: concessionárias de veículos (-20,8%); lojas de móveis e decoração (-18%); lojas de vestuário, tecidos e calçados (-13,8%); e autopeças e acessórios (-11,6%), que juntas, representam 4,4 pontos percentuais da queda geral de 5,7% apurada no varejo total. O crescimento de 0,4% do segmento de outras atividades, o único a registrar alta, atenuou a queda no resultado geral em 0,1 ponto percentual.

Ainda segundo avaliação da Entidade, o forte recuo apresentado nas vendas de vestuário, tecidos e calçados aponta que o esforço do comércio varejista em recuperar a receita por meio de liquidações e promoções não causou efeito positivo. O fraco movimento do setor de supermercados (-0,1%) também causa apreensão, uma vez que o setor (que possui maior peso relativo no varejo e que há quatro meses apresenta uma estagnação no faturamento real) denota reflexo de fragilidade dos indicadores de renda e de emprego neste início de ano.

Expectativa
Com os resultados de fevereiro, estimativas da assessoria econômica da FecomercioSP apontam uma improvável possibilidade de recomposição da confiança dos agentes econômicos a curto prazo, e a queda semestral pode ser ainda mais acentuada e passar de 1% para -4%. Com esse cenário de agravamento do clima econômico e também do ambiente político, o comprometimento das vendas varejistas aponta para uma retração de até 5% ao longo de 2015.

Fechar (X)