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Negócios

Viagens domésticas alavancam turismo brasileiro, mas corporativo ainda é desafio

Limitações na oferta de voos diários, alta da inflação e investimento em novas tecnologias, como o metaverso, desaceleram eventos presenciais

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Viagens domésticas alavancam turismo brasileiro, mas corporativo ainda é desafio

Os desafios para o crescimento sustentado do setor são grandes, e um desempenho mais linear depende da situação econômica das empresas e da população nos próximos meses
(Arte: TUTU)

Por Filipe Lopes

As viagens corporativas tiveram queda de 64,1% no faturamento no ano de 2020 em relação a 2019 e, em 2021, apresentaram crescimento de 46% em comparação a 2020, o que revela que o setor ainda não se recuperou da retração observada no início da pandemia, deixando de faturar R$ 100 bilhões nos últimos dois anos.

Os dados são do Levantamento das Viagens Corporativas (LVC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), realizado em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev).

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O cenário do turismo no Brasil, em 2022, indica evolução na comparação com o ano passado. Contudo, a retomada do setor segue lenta e sofre com os impactos econômicos causados por inflação, perda da renda das famílias e dificuldades das empresas em recontratar a mão de obra especializada perdida durante o auge da crise sanitária.

Segundo apuração do Conselho de Turismo da FecomercioSP, o faturamento do turismo nacional cresceu 22,9% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2021, o que garante crescimento de 18,8% no acumulado dos últimos 12 meses. Todavia, no comparativo com janeiro de 2020, houve queda de 13,8%.

Para Giovana Jannuzzelli, diretora-executiva da Alagev, o segmento de viagens corporativas ainda não obteve uma retomada mais sólida – como vem ocorrendo, gradualmente, no turismo de lazer –, muito em razão da redução de orçamento empresarial para viagens executivas, da diminuição de funcionários do setor (ainda não reposto desde o início da pandemia) e da dificuldade de encontrar voos diários, que diminuíram de circulação graças à elevação dos preços dos combustíveis e de outros gastos das empresas aéreas, os quais sofrem com a flutuação do câmbio.

“As pretensões de cancelamento de viagens corporativas estão na casa dos 30% a 40% no volume. Muitas empresas estão olhando para a experiência do metaverso a fim de suprir a lacuna das reuniões presenciais, com mais interação com o público”, aponta.

Hospedagem

O litoral é o destino mais buscado neste início de ano, na comparação com 2019, sendo a cidade de Praia Grande (SP) a líder de buscas por hospedagens (aumento da procura de mais de 1.000%), seguida pelo Guarujá (SP), com alta de 700%. Os preços médios das hospedagens nestes destinos sofreram quedas de 21,9% e 22%, respectivamente. Todos estes dados foram compartilhados por Gustavo Vedovato, country manager do Kayak Brasil, durante reunião virtual do Conselho de Turismo da FecomercioSP, realizado na última terça-feira (29).

Mesmo registrando queda de 46,3% nos preços das hospedagens em 2022, as buscas por diárias em Porto de Galinhas (PE) retraíram 36% na comparação com 2019, ainda que os preços estejam mais atrativos (cerca de R$ 342, em média) do que o Guarujá (R$ 388).

Voos

As buscas por voos domésticos na plataforma do Kayak são 13% maiores agora, em março, do que foram há três anos. Contudo, o boom da procura por passagens aéreas nacionais foi registrado em dezembro: aumento de 154% na comparação com o mesmo mês de 2019.

Recife (PE), com alta de 162% nas buscas pela plataforma; Maceió (AL), com 179%; e Fortaleza (CE), com 146%, são os voos mais buscados em 2022, em relação a 2019. Os preços das passagens aéreas estão mais elevados do que há três anos, mas nos destinos mais buscados os aumentos não passam dos 20%.

O destino que mais encareceu o custo dos voos foi Florianópolis (SC), com aumento de 39,5% em 2022, na comparação com 2019. Ainda assim, as buscas pela capital catarinense cresceram 145% neste ano.

Segundo Vedovato, os números demonstram um avanço importante nas viagens domésticas, principalmente de lazer, nas regiões litorâneas do País, porém, o crescimento de todo o setor ainda segue lento. “As buscas por viagens pelo território nacional alavancaram o turismo no Brasil e, apesar de seguirem em ritmo lento, é crescente. Já as buscas por voos internacionais ainda estão abaixo do nível de 2019, mas seguem crescendo também”, afirma.

As buscas por destinos internacionais caíram 18% em janeiro deste ano, com relação ao mesmo mês de 2019, mas houve alta de 21% em dezembro de 2021, no comparativo com o último mês de 2019.

Alento financeiro

Os desafios para o crescimento sustentado do setor são grandes, e um desempenho mais linear depende da situação econômica das empresas e da população nos próximos meses. Felizmente, em 17 de março, os negócios receberam uma boa notícia: o Congresso derrubou o veto presidencial ao Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

A partir de sua promulgação, todo o setor de eventos terá total isenção fiscal, durante 60 meses nos impostos, PIS, Pasep, Cofins, CSLL e IRPJ.

“A isenção gerará um impacto muito grande a todas as empresas da cadeia, ajudando na retomada das atividades”, afirmou Marco Ferraz, presidente da Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia Brasil).

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