O horário de verão brasileiro vai voltar? Há algumas semanas, os debates se intensificaram quando o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), do Ministério de Minas e Energia, recomendou o retorno da medida — adotada pela última vez em 2019 — para conter os efeitos da falta de chuvas em boa parte do território nacional e evitar o acionamento das usinas termoelétricas, que têm um custo de geração maior em comparação às outras fontes de energia.

Na avaliação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a determinação traria, de fato, impactos positivos para os setores do Comércio, dos Serviços e do Turismo, já que possibilitaria a ampliação do período de funcionamento dos estabelecimentos para atender à circulação maior de consumidores nas ruas, bem como permitiria redução de custos com o consumo de eletricidade.

No entanto, a Entidade entende que previsibilidade é um fator de extrema importância para as empresas, e decisões como essa devem considerar um prazo adequado para ajustar as operações. 

Isso acontece porque uma série de segmentos, especialmente no Turismo, precisam se adaptar aos novos horários com um tempo minimamente razoável. É o caso das companhias aéreas, por exemplo, que já têm voos programados para os próximos meses cujo cronograma foi elaborado a partir do horário atual.

Impactos sobre o varejo e os serviços

Segundo a FecomercioSP, a volta do horário de verão será uma ótima oportunidade para os estabelecimentos se manterem mais tempo abertos, atraindo a clientela ou ampliando a disponibilidade para novos clientes serem atendidos. Esse funcionamento ampliado não aumentaria os custos fixos do negócio. Ao contrário, com mais luz natural ao longo do dia, a tendência é justamente que os gastos com eletricidade diminuam.

Além disso, em regiões turísticas, a medida pode potencializar a presença de visitantes, já que sobra pelo menos uma hora a mais para fazer compras, conhecer lugares, consumir serviços etc. Da mesma forma, ganha-se mais tempo para promover eventos ou planejar promoções específicas para vender mais.

São fatores relevantes em uma conjuntura econômica na qual, de um lado, os consumidores ainda convivem com endividamento e juros altos e, de outro, estão em meio a um mercado de trabalho aquecido e aumento da massa de renda, que estimulam o consumo.