Os clientes bancários estão utilizando mais os canais internet banking e mobile para acessar as suas contas, aponta uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com dados referentes a 2013 de 18 instituições bancárias, responsáveis por 97% do número total de agências no país. Esta foi a primeira vez que as transações realizadas pelos canais internet banking e mobile ultrapassaram os demais canais (se não considerar o canal POS). Esses dois meios juntos somaram 47% das transações feitas em 2013.

Os dados da pesquisa foram apresentados por Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da Febraban, durante painel no primeiro dia do VI Congresso Fecomercio de Crimes Eletrônicos e Formas de Proteção. O evento, promovido pelo Conselho de Tecnologia da Informação da FecomercioSP, ocorre nesta segunda (04) e terça-feira (05), na sede da Fecomercio, em São Paulo.

Fosse destacou o momento de expansão no uso da tecnologia mobile, que passou de 0% do total de transações utilizando o canal mobile em 2009 para 6% em 2013. “Esse ‘boom’ foi estimulado por fatores como maior penetração de smartphones, que estão mais baratos, e implementação por alguns bancos da solução de mobilidade para todos os tipos de sistema operacional”, disse o especialista.

Porém, a maior parte das transações realizadas por internet banking ou por dispositivos móveis são apenas para consultas e não envolvem movimentações financeiras. Cerca de 10% das transações que não envolvem valores são feitas por esses dois canais.

Quando se trata de transações financeiras, que envolvem a movimentação de valores, o canal internet banking é responsável por 18% e o canal POS por 30%. Já o mobile ainda não chega a 1%. “Mas acreditamos que com o crescimento do número de smartphones ativos e maior penetração da internet no Brasil, o mobile vai aumentar a participação”, previu Fosse.

De acordo com o especialista, a penetração de smartphones no Brasil hoje chega a 25% e a internet atinge 52% da população. “Em três a quatro anos pode dobrar o  número de pessoas utilizando smartphones. Isso impacta diretamente a forma de abordar o cliente. Os bancos atendem cada vez mais de maneira remota e, por isso, precisam saber o comportamento do usuário de maneira eletrônica. Os bancos precisam mais do que entender o cliente, saber o que ofertar, quando e de qual maneira”, observou.

Investimentos dos bancos em TI

A pesquisa apresentada por Fosse ainda apontou que o investimento dos bancos em Tecnologia da Informação (TI) vem crescendo a cada ano. Em 2013, o crescimento foi de 3%. O principal motivo é que os bancos acreditam que trará resultado em eficiência, comodidade e conveniência ao cliente.

A maior parte dos investimentos é em software. De 2009 a 2013, esse investimento foi elevado em 20%. “Porque as instituições bancárias precisam investir em análise de dados, aplicação de canais, big data, entre outros pontos. Inovar é preciso”, considerou Fosse. Além disso, boa parte desse investimento é aplicada em análise de comportamento.

“Cerca de 18% dos investimentos em TI são provenientes do setor financeiro. E 10% dos investimentos dos bancos em TI são focados em segurança”, concluiu Fosse.


O cadastro ainda pode ser feito gratuitamente no local do evento. Confira mais informações sobre o Congresso aqui.


Apresentação de Gustavo Fosse