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Negócios

Especialistas apontam "era da barbárie" e discutem rumos do Big Data

Representantes da HP, FIA, Universidade Metodista, Universidade de São Paulo e Alvarez & Marsal participaram do debate na FecomercioSP

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Especialistas apontam "era da barbárie" e discutem rumos do Big Data

Especialistas da Universidade de São Paulo, da FIA, da Universidade Metodista, da Alvarez & Marsal e da HP debateram nesta segunda-feira os diversos prismas do chamado Big Data, termo amplo que aborda o conjunto de tecnologias responsáveis pelo armazenamento e organização do gigantesco volume de dados gerados diariamente. O evento, "Big Data - Uma Questão Urgente a Ser Enfrentada pelas Empresas", foi realizado pelo Conselho de Tecnologia da Informação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Durante o encontro, o presidente do Conselho, Renato Opice Blum, expôs questões como o compartilhamento de dados e destacou a importância da informação como um ativo intangível. Pontos como princípios de anuência para a coleta de informações e a simplificação dos termos de uso estabelecido pelo Marco Civil da Internet, pelo artigo 7, além das incongruências da nova lei, foram alguns dos temas expostos pelo advogado. Opice Blum destacou a preocupação sobre a representação do País no quesito de proteção de dados e concluiu que, por enquanto, ainda não há uma real percepção do que está acontecendo.

O professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas digitais da Escola Politécnica (USP), Edison Gomi, apresentou exemplos positivos e negativos de aplicações do Big Data. Entre eles, o caso do Ebay, que, diariamente, gera 100 terabytes (TB) de dados, e a Wikipedia, que possui 30 milhões de verbetes disponíveis em 287 idiomas. Além disso, Gomi também citou o caso do portal norte-americano "The Journal News", que mapeava os cidadãos que possuíam porte de armas e disponibilizava as informações aos internautas. O professor abordou ainda as questões técnicas do Big Data, como captura, armazenamento, pesquisa, compartilhamento, transferência, análise, visualização, veracidade e curadoria de informações.

Business Intelligence

Dando continuidade ao evento, o professor do curso de pós-graduação em Big Data da FIA e consultor de BI e Big Data, Marcos Pichatelli, demonstrou os cinco passos necessários para criação e implementação de uma estratégia de Business Intelligence (BI) para as empresas do comércio. Pichatelli demonstrou as questões que diferenciam a estratégia de BI tradicional da estratégia de BI com a utilização do Big Data, em que se leva em conta o comportamento em redes sociais, e-mails, sensores e logs na geração de uma análise preditiva para a tomada de decisões.

Demonstrando a aplicabilidade das técnicas de Big Data, o diretor de tecnologia da informação da Universidade Metodista de São Paulo, Daví Betts, apresentou o case Intelligere, projeto da instituição que objetiva melhorar o processo de aprendizagem e assegurar o sucesso dos alunos por meio da aplicação de inteligência analítica. Betts destacou a diminuição de 16% dos custos operacionais da universidade e a ocupação das salas de aula em 96% após a implantação dos processos de Business Intelligence, destacando que o sucesso de um projeto de análise de dados só é possível quando há planejamento integrado, vontade política e gestão de mudanças.

Desafios da tecnologia

O diretor da Alvarez & Marsal, Afonso Coelho, levou informações sobre a importância da segurança da informação, elencando ameaças políticas, legais, econômicas e tecnológicas que o vazamento ou a má utilização de dados podem trazer a companhias privadas, órgãos públicos ou cidadãos.

Finalizando a exposição, o diretor da Autonomy Latin America HP, Federico Grosso, destacou os principais desafios da tecnologia, como a falta de profissionais habilitados para o gerenciamento do grande volume de informações.

No debate após o evento, que contou ainda com a presença do vice-presidente do Conselho, Rony Vainzof, os especialistas concluíram que o Big Data é também, entre diversas possibilidades trazidas pelo termo, uma maneira de se pensar como a tecnologia pode incrementar novos negócios. Tópicos como fraude, venda, manipulação e mercado negro de dados foram outras questões levantadas durante o encontro. Como conclusão, os especialistas acreditam que o caminho é longo e que ainda estamos "na era da barbárie", em que tudo é permitido quando o assunto é internet, coleta e regulamentação de dados.

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