Kevin Mitnick já foi considerado o maior (e mais procurado) “cracker” (termo utilizado para designar os hackers que invadem sistemas de segurança com fins criminosos) dos Estados Unidos. Hoje, trabalha na área da tecnologia da informação, porém “do lado do bem”. Mitnick fundou, há 10 anos, a Mitnick Security Consulting, uma empresa de consultoria de segurança da informação. De acordo com o site da empresa, Mitnick e sua equipe têm em seu currículo trabalhos como a recente colaboração para a realização das eleições equatorianas em 2013, quando o time foi contratado para proteger e monitorar os sistemas da votação para evitar adulteração e manipulação. 

Histórico

Mas nem sempre o objetivo de Mitnick foi proteger sistemas de segurança. O especialista já esteve preso por invadir computadores e redes de corporações, além de desmantelar a segurança de alguns departamentos importantes do governo norte-americano. Seu histórico de invasões virtuais começou na década de 1970, quando burlou o sistema de cartão de ônibus, conseguindo passagens gratuitamente. Mitnick chegou a penetrar alguns dos sistemas mais bem guardados, incluindo, entre inúmeros outros, Sun Microsystems, Digital Equipment Corporation, Motorola, Netcom e Nokia.

Sua última prisão ocorreu em 1995, com sentença de cinco anos e mais três em liberdade condicional, sendo negado a ele aproximar-se de um computador. A história de Mitnick e como o hacker foi preso foi transformada no filme “Caçada Virtual”, lançado no ano de 2000. A narrativa aborda a cooperação entre o também hacker Tsutomu Shimomura e o FBI na “caça” aos rastros deixados por Mitnick na rede, que culminou em sua captura. 

No Brasil

Mitnick esteve em terras brasileiras em 2010, quando participou da Campus Party como palestrante. Na ocasião, afirmou em seu discurso que todo sistema tem falhas e é impossível fugir delas. Segundo ele, as falhas nos programas utilizados para navegar na internet são a porta de entrada de ataques. Mitnick falou também, em sua palestra, sobre a engenharia social, termo tornado conhecido por ele e que designa práticas utilizadas por criminosos para obter dados confidenciais de empresas ou pessoas, enganando ou traindo sua confiança. 

O especialista em segurança da informação também alertou sobre o cuidado com o que é postado nas redes sociais. Ele ainda comentou sobre a mudança de filosofia dos “hackers” nos últimos anos, que passou da vontade de invadir sistemas apenas para provar que era possível para obter dinheiro com os ataques.