Negócios
04/08/2014Leis e consumidores mais exigentes influenciam aquisição de soluções tecnológicas
Varejo precisa compreender mudanças no consumo e envolver toda a empresa na análise da aquisição de novos softwares
O varejo, indústria que passa por processo acelerado de mudança, sofre atualmente com dois tipos de pressões: do consumidor, que reinventa seu modo de consumir, e a regulamentação, que obriga o varejo a se movimentar também. São dois fatores que influenciam diretamente a escolha das ferramentas tecnológicas adequadas para o funcionamento das empresas de varejo, analisou Paulo Guimarães, responsável pela área de desenvolvimento de negócios da Bematech e diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Automação Comercial (AFRAC). O assunto foi foco de análise do especialista durante painel no primeiro dia do VI Congresso Fecomercio de Crimes Eletrônicos e Formas de Proteção, evento promovido pela FecomercioSP, nesta segunda e terça-feira, 4 e 5 de agosto, na sede da Entidade.
Guimarães destacou a mudança no comportamento do consumidor nas últimas décadas, conforme pesquisa realizada no mundo todo (inclusive no Brasil) com mais de 62 mil pessoas. Hoje, o consumidor tem mais acesso a instrumentos digitais, como smartphones, e utiliza essa maior quantidade de ferramentas para pesquisar sobre os produtos que quer consumir.
“Precisamos entender que o consumidor tem instrumentos, está conectado e é inteligente, porque consegue fazer consultas online. Algumas mudanças sutis do perfil do consumo alteraram de forma incrível como as empresas trabalhavam há 50 anos”, observou o especialista.
Futuro digital
De acordo com a pesquisa, 93% dos consumidores em 2012 tinham acesso a pelo menos um instrumento. Hoje, 96% dos consumidores que frequentam varejo tem acesso a algum tipo de consulta. Hoje, eles não utilizam mais apenas a televisão como fonte de informação para consumo. “Dependendo da faixa etária, temos tipo diferente de aderência do consumidor à tecnologia. Acreditávamos que faixas etárias mais velhas tinham rejeição maior a tecnologia. Isso não é verdade”, comentou Guimarães. Os empresários, avalia, devem se perguntar se estão usando tecnologia adequada para captar a atenção do consumidor, se não está desperdiçando recursos. Além disso, apenas 24% dos consumidores são influenciados pelo varejista ou fabricante. “Para escolher tecnologia temos que considerar comportamento, o que há cinco anos não era necessário”, considerou.
O outro fator destacado por Guimarães que influencia a escolha da tecnologia a ser implementada nas empresas é a questão da legislação. “Estamos na quinta transição tecnológica de automação fiscal. Agora temos transação online que é nota fiscal eletrônica ou impressora fiscal conectada à Secretaria da Fazenda”, exemplificou.
Gestão de ativos de software
Antonio Gesteira, diretor da área de Forensic Services e Consultoria de Riscos da KPMG, abordou a importância de considerar que todo negócio tem um ciclo de vida e a de trazer legalidade ao negócio. “Novas obrigações estabelecem premissas de legalidade e é preciso pensar em ações que combatem ou eliminam a informalidade”, pontuou. Segundo ele, uma forma inteligente de contratar tecnologia de forma a mitigar riscos é através do conceito de gerenciamento de ativos de software. “Se elencarmos os principais gastos, tirando os realizados com aquisição de matéria-prima e mão-de-obra, os gastos com tecnologia e aquisição de software são significativos”.
Ele explicou que o custo de manutenção do acervo tecnológico (como datacenters e manutenção de servidores etc) não diminuiu. O conceito de gestão de ativos está ligado a isso. É preciso envolver diversos setores da empresa, como TI, jurídico e suporte, para dimensionar a utilização do software que se objetiva comprar. “Em uma negociação de contrato, não basta transferir a tarefa para o departamento jurídico analisar, pois nem sempre eles têm o conhecimento técnico em tecnologia necessário”, indicou Gesteira.
A tendência para tornar mais eficaz a aquisição e manutenção de softwares é reduzir a complexidade tecnológica. “Simplificação e maior transparência na gestão dos ativos são as palavras de ordem”.
O cadastro ainda pode ser feito gratuitamente no local do evento. Confira mais informações sobre o Congresso aqui.
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