Conselho Superior de Economia, Sociologia e Política
18/05/2020Volatilidade na economia e tensão política agravam situação gerada pela pandemia
Os copresidentes do Conselho de Economia Empresarial e Política (CEEP), Antonio Lanzana e Paulo Delgado, avaliam o cenário atual com redução da taxa básica de juros e dinâmica conflitante na política
Além de resolver a questão de acesso ao crédito e da manutenção de empregos, é preciso atenuar os problemas no ambiente político
(Arte: TUTU)
A redução da taxa básica de juros para 3% a.a. tem pouco ou nenhum efeito prático no aumento do consumo neste momento de pandemia de covid-19. Em meio a essa situação, os problemas políticos brasileiros ganham contornos expressivos. As análises econômica e política apresentadas no podcast FecomercioSP são dos copresidentes do Conselho de Economia Empresarial e Política (CEEP) da Entidade, Antonio Lanzana e Paulo Delgado.
“Os principais itens de despesas das pequenas empresas são o aluguel e a compra de insumos. Então, não adianta dar crédito para folha de pagamento e não ter capital para o resto. Isso é dar uma solução muito parcial ao problema. Em uma situação de queda brutal de vedas, sem condições de acesso ao crédito, qual a condição de sobrevivência? O ideal seria usar os fundos inativos da União para dar garantia aos empréstimos para as empresas se recuperarem, porque, caso contrário, elas estarão fadadas ao encerramento”, avalia Lanzana.
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Além de resolver as questões de acesso ao crédito e da manutenção de empregos, o ambiente político de tensão entre os Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) prejudica a solução para os problemas sanitários e econômicos.
“A questão central no Brasil, hoje, é sanitária, mas vai se transformar em um problema econômico grave por questões políticas. Nenhum empresário, trabalhador ou consumidor consegue raciocinar sobre a economia com esse ‘barulho’ da política. Esperamos que o governo perceba que a dinâmica da epidemia é suficiente para criar insegurança na sociedade. É preciso diminuir os conflitos políticos para que seja possível encontrar uma saída e ajudar a sociedade brasileira a não adoecer também economicamente”, diz Delgado.
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