Conselho de Relações Internacionais
15/09/2020O que considerar antes de internacionalizar a sua empresa
Em webinário, Rubens Medrano explica que diferenças na cultura e no ambiente de negócios exteriores não devem ser lidas como um obstáculo
Na hora de se internacionalizar, empresa deve analisar todas as linhas de financiamento disponíveis para a exportação
(Arte: TUTU)
O Brasil ocupa o 27º lugar no ranking de maiores exportadores e o 28º lugar no de maiores importadores, justificado pelo fato de grande parte das empresas brasileiras atuarem somente no mercado interno, mesmo quando há inúmeras oportunidades quando se faz negócios com o exterior. Dentre elas, a possibilidade de manter o ritmo de crescimento do mercado, dispor de mais opções de fornecedores e conseguir se proteger de eventuais instabilidades econômicas internas. Entretanto, para se internacionalizar, as empresas devem se preparar seguindo procedimentos, métodos e estratégias de longo prazo.
É a avaliação do presidente do Conselho de Relações Internacionais da FecomercioSP, Rubens Medrano, em um webinário sobre internacionalização de empresas realizado pela Câmara Espanhola no último dia 10.
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“Diferentemente do que muitos imaginam, investir no mercado externo pode ser tão simples ou tão difícil quanto investir no seu país de origem. A exportação de tangíveis ou intangíveis não pode ser vista meramente como uma alternativa em momentos de crise no mercado interno. Deve haver um objetivo, um propósito que ultrapasse a necessidade de sobrevivência, ou seja, deve ser pensado de forma estratégica, e isso requer tempo e planejamento”, frisou.
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Medrano ressaltou que é necessário estabelecer uma cultura de exportação dentro da empresa que quer se internacionalizar, e que, com base nisso, deve-se conhecer a fundo o potencial de mercado do negócio, para que se tenha capacidade para concorrer. “Uma vez que se possui todo o conhecimento necessário para atender ao seu mercado, chegou a vez de conhecer o outro, o desconhecido.”
“A escolha de onde ofertar produtos e serviços vai depender de um amplo trabalho de pesquisa, porém, é possível e viável. É daí que surgem as identificações de perfis de consumo, hábitos e culturas. Geralmente, países com proximidades culturais, como os da América do Sul, ou linguísticas, como Portugal, tendem a apresentar uma aceitação maior e mais rápida dos produtos, exigindo menos adaptações. Por isso, podem ser interessantes pontos de partida”, ressaltou. “É essencial considerar que diferenças na cultura e no ambiente de negócios, de forma alguma, devem ser lidas como um obstáculo.”
Ele reforça que, com a tecnologia, o grande foco passa a ser o cliente. “Hoje, temos de atender ao que o cliente quer, estar muito perto dele, para saber as suas necessidades. A empresa brasileira precisa estar consciente disso e capacitada internamente, em termos de material humano e em termos de qualidade e de quantidade, antes de se aventurar”.
Outras estratégias que podem preparar o empresário
Medrano elencou algumas estratégias essenciais para tornar o caminho da internacionalização menos árido para o negócio. Confira a seguir:
● Analise todas as linhas de financiamento disponíveis para a exportação, que contam com o apoio do governo federal.
● Faça um estudo sobre o que irá precisar em termos de infraestrutura tecnológica, instalações, equipamentos e qualificação de pessoal e/ou novas contratações.
● Insira na sua cultura organizacional novos atributos, valores e diferenciais oriundos da exportação de seus produtos/serviços.
● Participe de eventos relacionados ao setor. Nestas ocasiões, as trocas de informações, de experiências e de ideias serão fortes aliadas no processo de construção do plano de expansão.
● Conte com a assessoria de especialistas/consultores no assunto, que poderão proporcionar diretrizes importantes, como preenchimento de documentação, necessidade de registro de marca, modais de transporte, entre outros.
● Tenha em mãos indicadores de mercado, pesquisas conjunturais e estatísticas do setor, que muito influenciam na tomada de decisão.
● Priorize países que já sejam parceiros comerciais do Brasil e avalie as condições socioeconômicas que eles apresentam naquele determinado momento.
“Exemplificando, na FecomercioSP, atualmente, concentramos esforços na busca de fornecedores para um setor atacadista, trabalhando com diversas ferramentas à disposição do empresário. Iniciamos o projeto com o Mercosul e, depois, vamos avançar para demais países”, concluiu Medrano.
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