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Economia

Agentes de créditos estão seletivos, mas há oferta aos novos negócios

As opções vão de organismos públicos a bancos privados, passando por incubadoras e aceleradoras

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Agentes de créditos estão seletivos, mas há oferta aos novos negócios

Por Rachel Cardoso

As altas taxas de juros impactam diretamente a concessão de crédito às empresas, com restrições ainda maiores aos novos negócios. Existem, no entanto, opções em organismos públicos e bancos privados, assim como em incubadoras e aceleradoras. Seja qual for o escolhido, os especialistas são unânimes: é necessário planejamento prévio para evitar prejuízos.

“No empreendedorismo brasileiro há um vácuo entre o estágio de maturação da empresa e a disponibilização de financiamento”, avalia o sócio-fundador da Vivenda, Fernando Assad. Especializada em reformas estruturais para a população de baixa renda, a empresa recebeu R$ 48 mil captados pela Artemisia, aceleradora de projetos de impacto social.

Logo após sair do papel já estava na mira de fundos de investimentos. Replicar experiências bem-sucedidas como essa também é o papel da Desenvolve SP, agência de fomento do governo estadual, que funciona com taxa de juros abaixo do mercado, mais correção pelo IPCA, além de dez anos para pagamento.

Presidente da Desenvolve SP, Milton Luiz de Melo Santos alerta que para se tomar crédito é preciso escolher a linha mais adequada. Aumento da rentabilidade, geração de caixa e garantia da continuidade para os próximos três anos são a base para as decisões. “Não adianta usar crédito de investimento ou cheque especial para capital de giro e vice-versa”, ressalta.

Além do capital

Para o empresário Fabiano Vieira Vilhena, da Oralls – que obteve financiamento de R$ 500 mil de subvenção (recursos não reembolsáveis) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e, de quebra, levou o prêmio regional Finep de Inovação –, a concessão esbarra em um parecer “demasiadamente técnico”, que ele considera ocorre porque a falta de informação leva ao descarte de bons negócios, os quais não foram apresentados de forma didática. “A troca de experiências vale muito mais nesse processo do que o capital puro e simples.”

A Oralls, que nasceu na incubadora do Parque Tecnológico de São José dos Campos, atende 1,5 milhão de crianças em 400 munícipios brasileiros, e agora negocia com países como Austrália, Portugal e Moçambique. O facilitador, nesse caso, veio da experiência de Vilhena como pesquisador, alinhada às demandas de mercado que precisam caminhar junto com as ideias.

Segurança na concessão

A falta de garantias é outro obstáculo. Para amenizar esse entrave, a Finep lançou o Inovacred, cujo objetivo é financiar empresas com receita operacional bruta anual ou anualizada de até R$ 90 milhões. Esse apoio é concedido de forma descentralizada por meio de agentes financeiros que atuarão em seus respectivos Estados ou regiões, assumindo o risco das operações. Em cinco anos, o Inovacred, que tem entre os agentes credenciados a Desenvolve SP, espera financiar duas mil companhias. Serão disponibilizados às empresas R$ 1,2 bilhão.

No BNDES, a saída está no Cartão BNDES, que responde por 80% das operações feitas por meio de instituições financeiras. Cabe aos bancos parceiros a análise para liberação do produto, que nada mais é do que uma linha rotativa e pré-aprovada para empresas com receita de até R$ 90 milhões. O limite é de até R$ 1 milhão por agente emissor, com taxa de juros de 0,99% ao mês e financiamento em até 48 parcelas.

“O tíquete médio hoje está em R$ 15 mil”, diz o gerente do Cartão BNDES, Rodrigo Tomassini. Ele explica que o uso destina-se exclusivamente à compra, pela internet, de itens necessários às atividades das PMEs. Na crise de 2009, o volume emitido saltou de R$ 800 milhões – um ano antes – para R$ 2,4 bilhões. Uma movimentação parecida pode ocorrer agora. 

Acesso aqui a reportagem na íntegra, publicada na edição 38 da revista Comércio & Serviços.

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