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Economia

Alta de 2,3% do PIB em 2013 indica esgotamento do estímulo ao consumo

Entidade considera necessário corte nos gastos do governo em setores da máquina estatal para cumprimento de superavit primário, sem redução de nível de investimento público

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Alta de 2,3% do PIB em 2013 indica esgotamento do estímulo ao consumo

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) avalia como positivo o crescimento de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2013, mas reforça sua preocupação para a volatilidade das taxas trimestrais, verificadas desde o fim de 2012, impedindo avanços maiores para a economia. As cinco últimas dessas taxas, que confrontam os resultados de um trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior, foram 0,9%, 0,0%, 1,8%, -0,5% e 0,7%.

Entre as razões para o quadro de relativa desaceleração econômica está a diminuição de patamar de crescimento do consumo das famílias, que até então vinha sendo o motor de expansão do País. Tal desempenho, para a Federação, sinaliza um esgotamento da política de estímulo ao consumo por meio do crédito. Associado a isso está o fraco desempenho dos setores da indústria e de serviços que, em 2013, cresceram 1,3% e 2%, respectivamente. Resultados muito abaixo do setor agropecuário, que obteve elevação de 7% – sendo o grande responsável pelo número não ter sido inferior a 2%.

De acordo com estudos da Entidade, se a previsão do governo no início de 2013 para o crescimento do PIB tivesse se confirmado em 3,5%, assim como aproximadamente estimava também o boletim Focus do Banco Central, em 3,6%, o País teria uma riqueza acrescida em quase R$ 60 bilhões. Valor esse que representa mais de duas vezes todo o orçamento para o programa Bolsa Família em 2014 (R$ 25 bilhões).

A taxa de investimentos na economia brasileira é outro fator preocupante para a Federação. Apesar da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) ter crescido 6,3%, muito superior à média do PIB, a base desta variação foi centralizada, no primeiro semestre, em setores localizados. Apesar do Crescimento desse da FBCF, a proporção de investimentos em relação ao PIB atingiu 18,4%, índice inferior ao patamar de investimentos necessários para o crescimento vigoroso do País.

Segundo a FecomercioSP, seria necessário uma taxa de investimentos de 25% do PIB para que Brasil voltasse a crescer aproximadamente 4% ao ano. Para isso, o corte de gastos de custeio do setor público e o relevante aumento da eficiência da máquina estatal é o recomendado. Outro fator que, segundo a Federação, deve prejudicar o desempenho do PIB em 2014 é a trajetória ascendente da taxa básica de juros, a Selic. Com o aumento de 0,25 ponto porcentual, chegando a 10,75% ao ano em fevereiro, na média a taxa de juros estimada para 2014, comparativamente a 2013, será 2 ou 3 pontos percentuais superior, fenômeno monetário que provocará um processo de realocação de investimentos do setor produtivo que, atualmente, apresenta baixas taxas de retorno do capital investido. A opção por aplicações financeiras lastreadas em Títulos Públicos está se tornando cada vez mais interessante.

Com o objetivo de cumprimento do superavit primário em 1,9% do PIB, o governo anunciou economia e corte no orçamento total de R$ 99 bilhões para 2014. A expectativa da FecomercioSP é a de que os cortes recaiam sobre os excessos de gastos em setores estatais e que não diminua o atual investimento público. 

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