Negócios
05/02/2016Alta do dólar encarece a produção de fantasias para o Carnaval deste ano
Lojistas que comercializam tecidos – importados, na maioria – para festas típicas já sentiram a moeda mais cara e a queda na demanda
Para assessora técnica da FecomercioSP, a folia de 2017 deve ter produtos mais acessíveis e a substituição dos importados pela mercadoria brasileira
(Arte/TUTU)
Por Jamille Niero
A alta do dólar fez com que muito folião gastasse mais com a fantasia para aproveitar o Carnaval. Isso porque a moeda mais cara impactou o valor dos tecidos, já que boa parte do material usado para a produção dos trajes é importada.
Foi o que aconteceu com a Carnaval Store, loja especializada em tecidos e artigos para festas típicas, incluindo o Carnaval. A proprietária, Claudia Sakuraba, comenta que o dólar encareceu de 30% a 40% o valor dos tecidos importados em relação a 2014. Os carnavalescos, estilistas, escolas de samba e ateliês de fantasias costumam comprar os materiais e iniciar a confecção no meio do ano anterior ao desfile (neste caso, na metade de 2015).
“Não repassamos todo o aumento para os clientes, apenas uma parte”, diz Claudia, contando ainda que a empresa tentou substituir alguns materiais importados pelos produzidos no Brasil. “Mas como a indústria local não estava preparada para suprir a demanda, continuamos com os importados.” Com o preço maior, a proprietária da loja revela ainda que houve queda de 15% na procura.
Um levantamento da LCA Consultoria aponta que houve queda na importação de produtos têxtis. A participação dos importados no consumo do setor têxtil passou de 18% em dezembro de 2014 para 14,1% em novembro de 2015. Um dos principais motivos seria a alta da moeda americana.
Como neste ano o dólar não deve baixar – estimativas da FecomercioSP apontam que a moeda deve ficar por volta dos R$ 4,70 em 2016 – quem confecciona algum tipo de fantasia deve desembolsar mais pelos tecidos. “O varejo também ficou sensível. O que pode acontecer é a escolha de produtos mais acessíveis e a mercadoria brasileira substituir algumas internacionais”, aposta a assessora econômica da FecomercioSP, Fernanda Della Rosa. Se a indústria nacional conseguir se preparar para suprir essa demanda, é possível que lojistas como Claudia, da Carnaval Store, optem pelo material made in Brazil para dar conta dos pedidos para o Carnaval 2017.
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