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Negócios

Alternativas de hospedagem no Carnaval ampliam impacto positivo da atividade turística

Em 2018, Airbnb recebe 60% mais visitantes que na folia do ano passado, expandindo efeitos socioeconômicos do turismo

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Alternativas de hospedagem no Carnaval ampliam impacto positivo da atividade turística

Nas duas maiores capitais do Sudeste, Rio de Janeiro e São Paulo, a renda dos anfitriões da plataforma Airbnb somará R$ 32 milhões durante o Carnaval
(Arte/TUTU)

A economia colaborativa gera opções competitivas para aquisição de bens e serviços – e na indústria do turismo não é diferente. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) avalia que a variedade de ofertas é positiva para a democratização dos produtos e tem impacto em outros setores econômicos, além do turismo.

“A democratização do turismo consiste na constatação de que há públicos diferentes para os mesmos destinos e que, muitas vezes, os preços praticados pela hotelaria tradicional impedem que os turistas com menos renda possam viajar”, observa a presidente do Conselho de Turismo da Entidade e professora da USP, Mariana Aldrigui.

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Colaborativos

O Airbnb divulgou dados relativos às reservas feitas por meio de sua plataforma para o Carnaval de 2018. Somados, os brasileiros que disponibilizam quartos e casas terão renda extra de R$ 92,7 milhões nos cinco dias de festa. Serão 60% mais visitantes que em 2017, totalizando 158 mil turistas hospedados via Airbnb.

Nas duas maiores capitais do Sudeste, Rio de Janeiro e São Paulo, a renda dos anfitriões somará R$ 32 milhões nestes cinco dias. Florianópolis, destino mais procurado pelos brasileiros no Airbnb durante o Réveillon, é o segundo local com mais reservas no site para o Carnaval. São 57% mais hóspedes acomodados por Airbnb, gerando uma renda de R$ 10 milhões para os moradores locais, quase o dobro do feriado do ano passado.

“O Airbnb elimina a insegurança que existia ao alugar uma casa por meio de anúncios em jornal ou por indicação de colegas”, analisa a presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP. “A possibilidade de dividir um espaço entre amigos ou família, bem como de não se obrigar a manter horários e trajes específicos para café da manhã e jantar, por exemplo, aumenta a chance de grupos jovens preferirem este tipo de acomodação”, completa.

Comércio local

Um estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2016, apontou que, fora os gastos com hospedagem, os viajantes que optam pelo Airbnb desembolsam, em média, três vezes mais que aqueles que se hospedam em hotéis. Dessa forma, a atividade gerada do Airbnb, segundo a própria empresa, injetou R$2,5 bilhões no PIB brasileiro, equivalente à geração de 70 mil novos empregos no País.

Um anfitrião brasileiro típico do Airbnb tem renda anual de cerca de R$ 5,5 mil com o aluguel de casas ou cômodos. Além disso, a atividade da plataforma movimenta a economia dos bairros, já que traz turistas a locais fora dos distritos hoteleiros ou tradicionais.

Entre os impactos positivos de percepção imediata gerados pelo turismo está o aquecimento das vendas em pequenos negócios locais, explica Mariana. “Todo turista que visita um lugar pela primeira vez busca otimizar seus gastos em transporte e hospedagem, a fim de estar onde vale a pena ser fotografado para mostrar aos amigos”, diz.

“O Brasil tem um volume de turistas domésticos para os quais a hotelaria tradicional, com algumas exceções, não deu a devida atenção”, conclui Mariana. “Portanto, trabalhar pela democratização do turismo é, certamente, trabalhar pelo aquecimento dos negócios em todos os destinos, independentemente de sua relação com a atividade turística.”

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