Sustentabilidade
03/04/2017“Ampliamos o escopo do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade”, diz José Goldemberg
Presidente do Conselho de Sustentabilidade afirma que premiação é uma forma da Federação estimular práticas sustentáveis
Premiação cresceu e ganhou abrangência nacional, diz José Goldemberg
(Miguel Schincariol/TUTU)
Por Eduardo Vasconcelos
O Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade chega à sua 6ª edição tendo como norte os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Usar as metas da agenda contribuiu para ampliar o escopo do prêmio, segundo o presidente do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), José Goldemberg.
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Na avaliação de Goldemberg, a premiação é uma forma da Federação estimular seus filiados a contribuírem com a causa, uma vez que os produtos chegam às pessoas por meio do comércio. “Isto é, os assuntos que tentamos premiar envolvem atividades comerciais”, diz.
Neste ano, as categorias contempladas na premiação são empresa, indústria, órgão público, academia, reportagem jornalística e entidades empresariais.
Em entrevista realizada durante a cerimônia de lançamento da sexta edição do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, Goldemberg fala sobre a evolução da premiação e o papel do comércio para desenvolver ações sustentáveis. Confira abaixo:
Qual a importância do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade para o meio ambiente?
Existe um esforço muito grande internacional e nacional de melhorar o meio ambiente. Por exemplo, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas são apelos para que governos e pessoas se comportem de uma maneira que não prejudiquem o meio ambiente. O prêmio é uma forma da FecomercioSP mobilizar os seus representados de modo a conscientizá-los do problema e tentar contribuir. Isto é, os assuntos que tentamos premiar envolvem atividades comerciais. São atividades que a FecomercioSP tem sido bastante atuante. Todos os produtos que usamos acabam passando pelo comércio. Além disso, com a logística reversa, quando as coisas entram em desuso, são devolvidas através do comércio. Essa é a maneira pela qual a FecomercioSP desempenha um papel importante na questão de reduzir os atentados ao meio ambiente.
Ao longo das seis edições é possível fazer uma avaliação da evolução da premiação?
É uma evolução extraordinária. A premiação foi pensada como um prêmio do Estado de São Paulo, mas o plano virou nacional. Temos candidatos do Brasil todo. O que foi pensado como um plano para estimular o comércio de São Paulo acabou estimulando ideias no País todo. Acabou se tornando um prêmio nacional de sustentabilidade.
Qual a relevância da inclusão dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da ONU?
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas expandiram o problema, porque não é só o meio ambiente. Antigamente, as preocupações com sustentabilidade tinham muito a ver com o meio ambiente, como a qualidade da água e do ar. E, agora, esses objetivos da ONU cobrem todas as áreas, até mesmo o combate à pobreza. Então, estamos ampliando o escopo do prêmio. O que queremos é que as pessoas apresentem ideias criativas sobre como as atividades delas, do seu município ou bairro ajudam os Objetivos do Desenvolvimento das Nações Unidas, que são muito mais amplos do que ambientais. Ampliamos o leque dos projetos que vão ser apresentados ao Prêmio.
A preocupação com a sustentabilidade ganhou força a partir do século 21. Há algum tempo, a FecomercioSP levantou essa bandeira e também vemos muitas empresas abraçando a causa. Hoje, comércio e sustentabilidade devem andar juntos o tempo todo?
Sem dúvida. Vemos isso em atividades todo o dia. Você vai comprar um produto na loja e recebe uma sacola de papel. Antigamente, lhe davam plástico e olhe lá. Jogava-se o plástico no lixo, entupia os encanamentos, matava os animais. Agora, as pessoas estão usando sacolas de papel e outros modelos retornáveis. O comércio acabou contribuindo de uma forma importante. É uma mudança de mentalidade. Com a logística reversa, que é o próximo passo, isso vai se tornar cada vez mais importante. Era comum vermos pneus jogados nos rios. Há alguns anos, não vemos mais isso, porque as pessoas descobriram que podem reciclar e tem valor.
O comércio acaba funcionando como um incentivador para ações sustentáveis?
Claro, pois acabou criando novos empregos e uma nova atividade econômica. No Brasil, já temos várias empresas que reciclam, gerando empregos e renda.
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