Editorial
06/10/2017Andréa Beltrão vive sua história favorita em recriação de “Antígona”
Mesmo em formato diferente do original, peça mantém textos de Sófocles

"Criei uma paixão por esta jovem que enfrenta uma cidade por amor", diz Andréa Beltrão sobre a personagem-título da peça
(ARTE/TUTU)
Por Eduardo Vasconcelos
Com mais de 40 anos de teatro, Andréa Beltrão precisou de um empurrão da amiga Fernanda Torres para enfrentar o desafio de subir no palco sozinha. “Ela me perguntou: ‘Qual é a sua peça favorita?’, e eu disse: ‘Antígona’. Ela respondeu: ‘É essa que você vai fazer’”.
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Diferentemente do formato original, a montagem dirigida por Amir Haddad traz apenas Andréa Beltrão no papel da heroína que descumpre a ordem real de não sepultar o irmão morto em batalha pelo trono da cidade grega de Tebas.
“Adaptar a história para uma apresentação sem outros atores era uma preocupação. A peça tem vários personagens. Se eu ficasse trocando de personagem seria maçante para o público. Então resolvemos criar o nosso próprio modelo, que é quase como um papo com a plateia”, diz Andréa.
A atriz conta que sentiu que a montagem iria vingar quando Fernanda Torres a pôs em contato com a família do poeta Millôr Fernandes, tradutor da obra de Sófocles. A produção ao lado de Amir Haddad levou um ano para ser feita.
No processo de recriação, atriz e diretor optaram por incluir uma narrativa para contextualizar o público sobre a linhagem de Antígona. Sem a presença dos demais personagens, surgiu a ideia de usar o cenário, um mural com a árvore genealógica da família, para apresentar as relações e os fatos que precedem a tragédia de Sófocles, cujas falas foram intocadas.
No mito, Creonte, rei de Tebas, proíbe que o corpo de Polinices, irmão de Antígona, seja sepultado. A jovem descumpre a ordem e é condenada à morte.
“Li o texto há muito tempo. Criei uma paixão por esta jovem, que nem tem 18 anos e enfrenta uma cidade por amor”, afirma Andréa. “Ela é uma pacifista, uma humanista. Ela vai de encontro à pena de morte, vai ser emparedada viva, porque não admite deixar o cadáver do irmão sendo comido pelos abutres. Ela faz isso por amor”, completa.
Antígona fica em cartaz no Teatro Raul Cortez até 5 de novembro. As apresentações ocorrem às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 17h. Os ingressos custam R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira) e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou pelo site Compre Ingressos.
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