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Economia

Apesar da pandemia e da crise, consumo das famílias cresce 2% no Estado de São Paulo em 2020

Pesquisa inédita da FecomercioSP mostra que ligeira alta nas despesas familiares foi puxada por alimentos, itens de higiene e artigos de reforma

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Apesar da pandemia e da crise, consumo das famílias cresce 2% no Estado de São Paulo em 2020

Ticket Médio Famliar mostra que consumo cresceu e mudou em meio ao surto de covid-19
(Arte/Tutu)

Apesar dos efeitos nocivos da pandemia de covid-19 sobre o emprego e a renda, as famílias paulistas gastaram, em média, 1,9% a mais mensalmente no varejo em 2020 do que no ano anterior. Com isso, o gasto médio mensal passou de R$ 4.197,73, em 2019, para R$ 4.276,82, no ano passado.

Em razão das restrições à circulação de pessoas e da disseminação do home office, que fizeram com que os consumidores passassem mais tempo em suas residências, a alta do consumo foi puxada pelas vendas de alimentos, produtos de limpeza e higiene, artigos de reforma e construção e serviços de assistência à saúde.

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As informações constam no estudo Ticket Médio Familiar (TMF), pesquisa inédita da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) que mensura as mudanças de curto e médio prazos na estrutura de consumo da população paulista.

Previsto para ser divulgado trimestralmente, o levantamento é feito com base em dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – incluindo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), a Pesquisa Anual do Comércio (PAC) e a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) – e da própria Entidade, extraídos da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV).

Comportamento do consumidor

A pesquisa constata, em números, uma mudança relevante nas despesas das famílias no ano em que eclodiu a pandemia de covid-19.

O gasto médio mensal familiar com artigos de reforma e construção, por exemplo, cresceu 16,9%, subindo de R$ 316,57 para R$ 369,97. Em seguida, registraram altas significativas os desembolsos com itens de alimentação, produtos de limpeza e de higiene (12,1%) – historicamente o grupo que ocupa a maior parte das despesas familiares – e os serviços de assistência à saúde (7,2%).

Responsáveis por 50,7% do consumo das famílias paulistas em 2019, estes três grupos, juntos, representaram 55,8% do total dos gastos no ano passado – R$ 214,43 a mais por mês.

As compras de móveis e artigos do lar (4,5%) e as despesas com manutenção de acessórios e veículos (4%) também cresceram em 2020.

No sentido oposto, as compras de roupas (-21,5%) e veículos (-19%) caíram acentuadamente. Outras despesas, incluindo combustíveis, sofreram queda de 4,6%. Com isso, observando os três grupos conjuntamente, a participação no orçamento das famílias se reduziu de 38% para 33%, R$ 212 a menos, em média, mensalmente.

Também inclusos na pesquisa, os gastos com eletrodomésticos tiveram uma queda branda, de 0,2%.

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Diante destes números, é possível afirmar que a pandemia exerceu forte influência sobre o orçamento das famílias, uma vez que, reclusas, aumentaram os gastos com alimentos e com a manutenção do lar, além de produtos de higiene, essenciais para se protegerem da contaminação do vírus.

Por outro lado, as restrições à circulação de pessoas e o incentivo ao home office explicam, sobretudo, as quedas nos desembolsos com roupas e combustíveis. No caso dos veículos, o segmento foi impactado pelo cenário de insegurança em relação à manutenção do emprego e da renda. Ou seja, a pandemia abalou a confiança do consumidor quanto à aquisição de bens duráveis.

Regiões e períodos

A TMF também traz dados sobre as 16 regiões administrativas do Estado de São Paulo. Em 2020, o maior tíquete médio foi observado na região de Osasco, onde houve alta de 11,2%, passando de R$ 4.992,99 para R$ 5.550,10.

Logo depois, aparece a região de Jundiaí, cujo gasto médio mensal atingiu R$ 5.034, alta de 2,8% sobre os R$ 4.896,33 registrados em 2019. Com queda de 1,9% em 2020, a capital só ocupa a terceira posição, com tíquete médio de R$ 4.660,65, ante R$ 4.748,83 do ano anterior.

As regiões em que as famílias registraram, em média, menores despesas foram as de Presidente Prudente (R$ 2.880,04), Bauru (R$ 3.454,54) e Araraquara (R$ 3.602,77).

Observando todo o Estado, no decorrer do ano de 2020, dezembro, como tradicionalmente ocorre, foi o mês com o maior tíquete médio (R$ 5.485,44), em razão das compras de fim de ano, potencializadas pelo décimo terceiro salário.

O mês com o menor gasto médio familiar foi abril (R$ 3.112,04), contrariando a série histórica, que mostra fevereiro como o período mais fraco em termos de gastos. Acontece que, especificamente no ano passado, as primeiras restrições decorrentes da pandemia de covid-19 foram decretadas em março e agravadas em abril, o que impactou o resultado do quarto mês do ano. De maio a dezembro, o gasto médio familiar mensal cresceu constantemente.

 
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