Economia
27/01/2016Aplicar em dólar só é alternativa razoável para quem aposta no colapso das contas externas
Assessoria técnica da FecomercioSP ressalta que, em situações de aperto monetário e de caixa, quem tem liquidez garante tranquilidade
Aplicações sem risco e que rendam bem e tenham liquidez pode gerar bons negócios
(Arte/TUTU)
Com a projeção de muitos analistas de que o dólar chegue perto de R$ 4,70 até o fim do ano, fica a dúvida se vale a pena apostar nessa alternativa de investimento. Por esse motivo, a Federação traçou três cenários possíveis e mostra qual a melhor escolha para cada situação:
1. Se você acredita que o dólar vai chegar a R$ 4,70, e que este patamar é razoável, então aplicar na moeda americana é uma má escolha, pois o que os analistas estão fazendo é apenas aplicar as taxas de juros esperadas em títulos de renda fixa ao patamar atual do dólar (uns 16%). Portanto, para que arriscar, se para a mesma expectativa existem alternativas mais seguras?
2. Se você acredita que o dólar não vai atingir esse patamar, então é definitivamente um mau negócio apostar em câmbio;
3. Se você desconfia totalmente na da economia brasileira e acha que a inflação pode sair do controle e as contas externas entrarem em colapso, então é bom apostar em dólares. Com um adendo: nesse cenário, as alternativas realmente seguras são a compra de papel moeda (e não de títulos públicos ou privados nacionais lastreados em dólares) ou a compra de papéis estrangeiros em contas no exterior.
Contudo, para a Entidade, é provável que o câmbio fique ao redor de R$ 4,70 no fim do ano. Ainda que a economia tenha um desempenho ruim em 2016, o cenário mais razoável é de continuidade do atual momento, com estagnação econômica e desvalorização gradual do real.
Os cenários alternativos, de melhoria rápida e relevante ou de caos, são pouco prováveis no momento, já que não existem sinais de que a equipe econômica resolverá os problemas da economia de forma mágica, mas também não devem ocorrer ações como o controle cambial, entre outras medidas desastrosas que o País já experimentou no passado (congelamentos, controles de preços e de estoques etc.).
Sobre a Bolsa de Valores, é preciso considerar que há uma rodada excessiva e muito longa de desvalorização dos ativos no Brasil, e o Ibovespa está nos patamares de 2008/2009, ou seja, de quase uma década atrás. Em tese, muitos ativos estão baratos, mas para boa parte dos analistas o Brasil ainda não está precificado e os preços de ativos vão cair.
Diante desse quadro, o melhor a fazer é manter a liquidez, alerta a Entidade. Quem tem ações visando rendimentos de dividendos ou uma poupança de longo prazo deve manter. Já os que preferem apostar a curto prazo deverão ter acertos pontuais neste ano. Mas quem estiver com dinheiro em aplicações sem risco e que rendam bem e tenham liquidez, podem estar prestes a fazer um bom negócio com o imóvel dos sonhos, a reforma da casa, a aquisição de maquinaria e o investimento nos negócios.
A assessoria técnica ressalta que, em uma situação caótica, de aperto monetário e de caixa, quem tem liquidez garante tranquilidade e a capacidade de aproveitar eventuais oportunidades, sejam de consumo, sejam de investimento.
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