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Editorial

Após ano desafiador, perspectivas são favoráveis para o varejo

Especialista comenta sobre o cenário econômico do varejo em 2023 e as novas possibilidades em 2024

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Após ano desafiador, perspectivas são favoráveis para o varejo
Uma das principais razões para o otimismo é a queda na taxa de juros, prevista para causar grande impacto (Arte: TUTU)

Por André Sacconato*

O varejo enfrentou um 2023 turbulento. Apesar do início promissor, em especial quanto à receita nominal, os varejistas gradualmente testemunharam uma desaceleração no consumo, resultando em taxas modestas no fim do ano. 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor registrou aumentos de apenas 1,7% no volume e de 4,1%na receita nominal, ao passo que, considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a receita real foi negativa. Por outro lado, o varejo ampliado, que engloba automóveis e construção, apresentou números ligeiramente melhores, com altas de 2,4%, no volume, e 5,3%, na receita nominal. 

Ainda que os números divulgados refletem uma situação negativa, principalmente no fim do ano, há indícios de que o setor possa experimentar melhorias já no início deste ano. As perspectivas, anteriormente sombrias graças à desaceleração observada no fim de 2023, começam a apresentar bons sinais.

Uma das principais razões para o otimismo é a queda na taxa de juros, prevista para causar grande impacto. De acordo com a teoria econômica, os efeitos da política monetária geralmente começam a ser percebidos entre seis e nove meses após as implementações. 

Diante do ciclo de redução da Selic em andamento, e das projeções indicando mais cortes, espera-se que os juros caiam para algo entre 9% e 9,5% até o fim do ciclo, impulsionando o consumo e fornecendo um ambiente favorável para o varejo. 

Outra boa notícia é a contínua melhoria do mercado de trabalho. Em 2023, a taxa média de desemprego no Brasil foi de 7,8%, a menor desde 2014, com tendência positiva evidenciada pelo índice de 7,4% no trimestre encerrado em dezembro. 

Além disso, o número de pessoas ocupadas alcançou recorde histórico, chegando a 100,7 milhões, enquanto a renda média real e a massa de rendimento registraram aumentos significativos em relação ao ano anterior.

Esses ventos animadores já se refletem na queda da inadimplência, impulsionada pelo Desenrola, programa do governo destinado a auxiliar devedores. Dados do Banco Central (Bacen) indicam uma redução na inadimplência bancária, o que deve liberar mais recursos para novos consumos. 

Além disso, o cenário externo também ajuda, com o Federal Reserve (FED) já reduzindo as taxas de juros no primeiro semestre e a China mantendo um crescimento estável o suficiente para sustentar a renda de commodities sem pressionar os preços. O Brasil continua se mostrando um destino institucionalmente estável para investimentos estrangeiros, destacando-se de forma positiva em comparação a muitos dos seus concorrentes.

Diante desse cenário, embora não se preveja um crescimento expressivo, o varejo pode esperar altas sem grandes surpresas em 2024. Os empresários do Comércio, enfim, podem vislumbrar um ano melhor do que o inicialmente esperado.

*André Sacconato é economista, consultor da FecomercioSP e integrante do CEEP.
Artigo originalmente publicado no Portal Contábeis em 8 de fevereiro de 2024.

Saiba mais sobre o Conselho de Economia Empresarial e Política (CEP).

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