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04/06/2018Aproximadamente 49% dos turistas brasileiros deixaram de viajar no feriado de Corpus Christi com greve dos caminhoneiros
Valores não gastos nas viagens canceladas vão para outros setores e representam perda irrecuperável para o turismo, diz FecomercioSP
A maioria das pessoas iria viajar de carro, para cidades próximas, sendo que 33% ficariam em hotéis e pousadas
(Arte: TUTU)
Uma sondagem realizada pelo Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em parceria com o site Viaje na Viagem, aponta que 49,1% dos viajantes brasileiros que pretendiam passar o feriado de Corpus Christi em outra cidade cancelaram seus planos em função da greve dos caminhoneiros. O levantamento foi feito com base em um questionário, respondido por mil pessoas de todo o País, disponibilizado pelo site na quarta-feira, dia 30 de maio, véspera do feriado prolongado.
A pesquisa mostra ainda que 53,4% dos entrevistados não planejavam viajar, e 46,6% tinham planos definidos de viagem. Entre os que iriam viajar, apenas 20,4% mantiveram suas viagens inalteradas. Outros 12,4% dependiam de conseguir combustível para seu veículo, e 4,5% aguardavam confirmação do voo.
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De acordo com o levantamento, a maioria (83%) das pessoas cujos planos foram alterados iria viajar de carro, para cidades próximas (até 200 quilômetros de distância de seu local de residência), sendo que 61,6% iriam se hospedar em casas próprias (segundas residências) ou casas de amigos e parentes. Além disso, 33% ficariam em hotéis e pousadas.
Em termos de gastos planejados para o feriadão, 17,2% das pessoas que cancelaram seus planos gastariam até R$ 300 durante o período e 18,2% planejaram dispender até R$ 600. Despesas um pouco mais elevadas também tinham sido previstas: 10,5% responderam que pensavam gastar até R$ 900, enquanto que 10,3% tinham separado R$ 1,2 mil para a data.
"É aqui que se percebe o grande prejuízo para o turismo. Quando um grupo significativo de pessoas desiste de viajar, os recursos que tinham planejado para a viagem são gastos em outros setores nas cidades em que essas pessoas residem. São recursos que deixam de entrar na economia do turismo, e as empresas e os profissionais que seriam remunerados por seus serviços não têm como recuperar essa perda", explica a presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Mariana Aldrigui. "Uma das características mais perversas da atividade do turismo é que ela não pode ser estocada, um feriado sem turistas é irrecuperável, especialmente em cidades cuja maior ocupação aconteça em função do lazer", acrescenta.
Em 2017, no feriado de Corpus Christi, pouco mais de 3 milhões de veículos saíram da cidade de São Paulo (dados oficiais do Governo do Estado). Considerando que o mesmo número de veículos (ocupados, em média, por 2 pessoas) poderia ter deixado a cidade no feriado do último dia 31, estima-se uma perda mínima de R$ 640 milhões para cidades do interior e litoral paulistas. A análise do Conselho de Turismo da FecomercioSP avalia que os prejuízos impactaram especialmente nas áreas de alimentos, bebidas, combustível e atividades de lazer.
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