Economia
16/05/2018Banco Central adota postura conservadora e mantém a Selic em 6,5%, avalia FecomercioSP
Para a Entidade, manutenção indica provável fim do ciclo de queda dos juros para 2018
O Banco Central vinha reduzindo a taxa desde 2016, quando seu patamar era superior a 14%
(Arte: TUTU)
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) avalia que o Banco Central (BC) foi conservador ao manter a Selic em 6,5% ao ano e que essa é uma indicação de que se encerra o ciclo de queda dos juros para 2018. Tal medida tem suas justificativas, dado que o BC vinha reduzindo a taxa desde 2016, quando seu patamar era superior a 14%. A Entidade apoiou as decisões do BC durante todo o processo de redução de juros e espera que, no médio prazo, o País termine de fazer seu ajuste fiscal permitindo não só a queda mais acentuada de juros, como também impedindo que em 2019 haja outro ciclo de alta da Selic.
Para a assessoria econômica da FecomercioSP, o Banco Central foi bastante eficiente em reduzir os juros na medida do possível e, ao mesmo tempo, controlar a inflação, que terminou o ano de 2017 abaixo do piso da meta (2,98%) e não há indícios de fortes pressões a curto prazo, já que o IPCA acumula 2,76% nos últimos 12 meses.
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Na análise da Federação, há fatores importantes que mantêm as condições para a permanência dos juros relativamente baixos no Brasil – para os padrões do País –, inflação contida e atividade fraca. Do ponto de vista internacional, apesar da liquidez ainda elevada, é esperado um ciclo de ligeira alta nas taxas de juros na Europa e nos Estados Unidos, o que limita um pouco uma queda mais acentuada no momento. Há também uma pressão no câmbio, e se essa alta do dólar prevalecer por muito tempo, as pressões inflacionárias vindo de fora podem aparecer.
Outro limitador para que o Brasil tenha taxas de juros reais de 0% a 1%, como no resto do mundo desenvolvido, é a situação fiscal, que, apesar de ter uma trajetória melhor do que tinha no passado recente, ainda inspira cuidados.
A assessoria econômica da Entidade avalia que, infelizmente, o Brasil ainda não apresenta as condições de estabilidades fiscal, política e econômica em geral que permitiriam ao País ter taxas de juros em padrões invejáveis como nos Estados Unidos ou na Europa, abaixo de 2% ao ano, mas pode ser que estejamos caminhando para isso, a depender de nossa maturidade política que vai definir, por sua vez, os caminhos econômicos.
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