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Economia

Banco Central ignora ambiente político ao reduzir Selic em 1 ponto porcentual para 10,25% ao ano, aponta FecomercioSP

Segundo a Entidade, diante das incertezas que rondam o cenário político esperava-se um pouco mais de cautela, com redução de 0,5 a 0,75 ponto percentual dos juros

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Banco Central ignora ambiente político ao reduzir Selic em 1 ponto porcentual para 10,25% ao ano, aponta FecomercioSP

BC surpreendeu ao reduzir a Taxa Selic em 1 ponto porcentual (p.p.), passando dos 11,25% para 10,25% ao ano; ritmo de queda foi igual ao das duas últimas reuniões
(Arte/TUTU)

Segundo análise da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o Banco Central (BC) surpreendeu ao reduzir a Taxa Selic em 1 ponto porcentual (p.p.), passando dos 11,25% para 10,25% ao ano. O ritmo de queda foi igual ao das duas últimas reuniões (1 p.p.) e foi maior do que as apostas do mercado que indicavam queda entre 0,5 p.p. a 0,75 p.p.. Essa redução, segundo a Federação, ignorou o aumento das incertezas causadas pela mais nova crise política que o País atravessa no momento. A atitude do Banco Central pareceu um pouco ousada, mesmo que a inflação permaneça em queda e o desemprego siga em níveis elevados. Segundo a Entidade, parece que a autarquia federal quis mostrar que observa a situação política atual sem receio, o que pode ser encarado com certa desconfiança, apesar de ser uma estratégia que se prove acertada a depender do desenrolar da mais recente crise.

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De acordo com a Federação, o aumento de incertezas decorrentes do cenário político tem como efeito a redução da propensão a investir, o aumento dos juros no mercado financeiro e a postergação de planos e projetos de forma geral, bem como o aumento do Risco Brasil expresso no aumento dos juros externos para o País. E quando o Banco Central analisa esse cenário para tomar suas decisões, segundo a FecomercioSP, os argumentos técnicos não são desconsiderados, pois a instituição não faz política monetária olhando apenas para a inflação presente e acumulada no passado ou para a taxa de desemprego e nível de atividade instantâneo. A faz também de olho nas projeções futuras, nos juros do mercado financeiro e no risco percebido pelos investidores. Era esperado, segundo a Entidade, que o Banco Central ponderasse os fatores técnicos e políticos e mantivesse a trajetória de queda, porém com menos intensidade. A FecomercioSP espera que essa decisão se comprove acertada nos próximos meses com a redução das incertezas.

Para as próximas reuniões, a Federação aponta que as taxas de juros continuarão a cair, a não ser que os resultados do IPCA voltem a subir nos próximos meses. Para a Entidade, o Banco Central não esperou sequer o ambiente de incertezas ser dissipado e atuou com ousadia, muitas vezes clamada por alguns agentes, mas que pode deixar dúvidas no mercado sob a condução da autoridade diante de momentos de crise. Nesse contexto que permeia a política nacional, a FecomercioSP afirma ser virtualmente impossível dizer o que vai acontecer diante de um cenário tão incerto.

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