Economia
12/12/2018Banco Central mantém Selic em 6,5% diante das incertezas econômicas, avalia FecomercioSP
Segundo a Federação, as dúvidas só devem ser dissipadas quando o novo governo colocar de forma clara quais são suas propostas e diretrizes para 2019
Selic segue no mesmo patamar desde março
(Arte: TUTU)
O Banco Central (BC) manteve, mais uma vez, a Selic em 6,5%. A taxa está nesse patamar desde o fim do ciclo de quedas, em março. Essa medida está em consonância com as incertezas políticas, que só devem ser dissipadas quando o novo governo colocar de forma clara quais são as suas propostas e suas diretrizes para a Política Econômica em 2019, avalia a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Para a Federação, não há indícios de fortes pressões adicionais no curto prazo, tampouco necessidade de retomar o ciclo de alta de juros, visto que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,21%, em novembro. No entanto, entende que o Banco Central não quis tomar uma decisão mais ousada nesta última reunião sob a administração atual.
Combinada com as expectativas de inflação (IPCA), a taxa de juros real deste ano pode fechar próxima ao patamar de 2% a 2,5%, relativamente baixa para os padrões brasileiros, mas que não geram riscos à meta de inflação por enquanto.
Lei também:
FecomercioSP explica como a Selic afeta juros pagos pelo consumidor
Consumidor abate dívidas para um novo consumo de fim de ano
Endividados aumentam aplicação financeira, e segurança de crédito cresce
Diante de um início de recuperação econômica e ainda de incertezas no quadro para 2019, a Entidade acredita ser correta a postura cautelosa da autoridade monetária, que poderá ser mais ousada se o próximo governo passar da proposta de uma agenda reformista para a apresentação efetiva de projetos e a mesma obtiver boa aceitação do Congresso. Então, haverá a possibilidade de terminar o ano de 2019 com juros e inflações menores.
A FecomercioSP, que sempre apoiou todo o processo de redução de juros, espera que o País termine de fazer seu ajuste fiscal o mais rápido possível, permitindo não só a queda mais acentuada da taxa, como também impedindo que em 2019 o Brasil tenha de passar por outro ciclo de alta da Selic.