Economia
20/06/2018Banco Central mantém Selic em 6,5% e confirma fim do ciclo de queda dos juros neste governo, avalia FecomercioSP
Segundo a Entidade, instituição optou pela manutenção da taxa sem correr grandes riscos momentâneos
País ainda não apresenta as condições de estabilidades fiscal, política e econômica que permitiriam ter taxas de juros em padrões como nos Estados Unidos ou na Europa, abaixo de 2% ao ano
(Arte: TUTU)
O Banco Central (BC) manteve, mais uma vez, a Selic em 6,5% e confirmou, por enquanto, a aposta dos mercados de que o ciclo de quedas se encerrou em março, sendo o último deste governo, avalia a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ainda acumula, em 12 meses, menos de 3% e não há indícios de fortes pressões no curto prazo. De qualquer forma, a projeção do BC no boletim Focus para o IPCA está em torno de 3,5% neste ano, o que colocaria a taxa de juros real próxima ao patamar de 3%. Apesar da inflação acumulada em 12 meses ainda estar baixa, o câmbio está pressionado, e o Banco Central optou por manter a Selic sem correr grandes riscos momentâneos, principalmente por se tratar de um ano eleitoral.
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De acordo com a Federação, o cenário de inflação sob controle a nível de atividade fraco permitiu a redução da taxa de juros, como vinha sendo feito desde 2016. Nesse momento, entretanto, há alguns sinais amarelos que podem justificar o fim do ciclo de quedas da Selic: o quadro internacional é ainda de liquidez elevada, porém é esperado um aumento nas taxas de juros na Europa e nos Estados Unidos, e há uma pressão no câmbio que até agora não está bem esclarecida e não deixa o BC confortável no longo prazo. A alta do dólar tem se mantido por muito tempo e aumentam as possíveis pressões inflacionárias vindas de fora do País.
A Entidade enfatiza que a paralisação de caminhoneiros complicou ainda mais o cenário econômico, gerando diversos efeitos negativos, como a redução da confiança do consumidor e alta momentânea nos preços de alimentos, além das incertezas nos ambientes social e político.
Outro fator limitador para que o Brasil tenha taxas de juros reais de 0% a 1% como em países desenvolvidos, é a situação fiscal, que, apesar de uma trajetória melhor do que tinha no passado recente, ainda inspira cuidados.
A FecomercioSP, que sempre apoiou todo o processo de redução de juros, espera que, no médio prazo, o País termine de fazer seu ajuste fiscal, permitindo não só a queda mais acentuada da taxa, como também impedindo que em 2019 o Brasil tenha que passar por outro ciclo de alta da Selic. O País ainda não apresenta, infelizmente, as condições de estabilidades fiscal, política e econômica em geral que permitiriam ter taxas de juros em padrões como nos Estados Unidos ou na Europa, abaixo de 2% ao ano. A Entidade ressalta ainda é possível que estejamos caminhando para isso, a depender da maturidade política que vai definir, por sua vez, o futuro da economia brasileira.
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