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Economia

Banco Central mantém Selic em 6,5%, em consonância com as incertezas políticas, avalia FecomercioSP

Segundo a Federação, a instituição ainda não tem condições de avaliar com precisão quais são os direcionamentos da futura equipe econômica

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Banco Central mantém Selic em 6,5%, em consonância com as incertezas políticas, avalia FecomercioSP

Para a Federação, não há indícios de fortes pressões no curto prazo e nem necessidade de retomar o ciclo de alta de juros
(Arte: TUTU) 

O Banco Central (BC) manteve, mais uma vez, a Selic em 6,5%. A taxa está nesse patamar desde o fim do ciclo de quedas, em março. Essa medida está em consonância com as incertezas eleitorais, que começam a ser dissipadas neste mês, avalia a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). De acordo com a Entidade, entretanto, ainda é tudo muito recente, e o Banco Central não tem condições de avaliar com precisão quais são os direcionamentos da futura equipe econômica. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), agora projetado, elevou-se um pouco acima da casa dos 4%, em razão do aumento do preço de alimentos em junho e julho, e da pressão cambial mais recente.

Para a Federação, não há indícios de fortes pressões adicionais no curto prazo tampouco necessidade de retomar o ciclo de alta de juros. No entanto, entende que o Banco Central não quer ousar demais diante das incertezas e reduzir a Selic abaixo dos atuais 6,5%.

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Combinada com as expectativas de inflação (IPCA), a taxa de juros real deste ano pode fechar próxima ao patamar de 2% a 2,5%, relativamente baixa para padrões brasileiros, mas que não geram riscos à meta de inflação por enquanto. Para a FecomercioSP, talvez o Banco Central possa tomar uma decisão mais ousada na última reunião deste ano se pelo menos duas coisas acontecerem: clareza do que será feito na política econômica e indicadores de inflação voltarem a ceder entre outubro e novembro para que as projeções para 2018 e 2019 fiquem mais perto de 4% do que de 4,5%.

Diante do fraco desempenho econômico e ainda de incertezas no quadro político/econômico para 2019, a Entidade acredita ser correta a postura cautelosa da autoridade monetária. Recentemente, o câmbio estava pressionado acima dos R$ 4, e, mesmo com a definição do novo presidente – que trouxe o dólar ao patamar de R$ 3,70 –, não há certeza de que isso permanecerá estático enquanto não houver mais detalhes do projeto básico para 2019 em diante.

A FecomercioSP, que sempre apoiou todo o processo de redução de juros, espera que o País termine de fazer seu ajuste fiscal o mais rápido possível, permitindo não só a queda mais acentuada da taxa, como também impedindo que em 2019 o Brasil tenha de passar por outro ciclo de alta da Selic. Novos movimentos para baixo só virão se o novo governo estiver realmente comprometido com as reformas estruturais que o País precisa para atingir um nível de maturidade econômica que o torne um porto realmente seguro e atrativo para investimentos. Caso contrário, pode haver decepção, dólar alto, inflação maior e o Banco Central sem muitas opções senão elevar as taxas de juros no ano que vem.

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