Economia
06/01/2017Banco Central tem espaço para reduzir Selic ao menos para 13,25% na próxima reunião, aponta FecomercioSP
Entidade acredita na possibilidade de queda maior dos juros neste mês e no início de um ciclo prolongado de sucessivas reduções sem risco inflacionário
Para a FecomercioSP, apesar de momentos de tensão política, em um cenário em que a inflação vem perdendo força aliado a um período recessivo de longa duração, é evidente que o Banco Central tenda a optar por dar um passo mais ousado na redução dos juros
(PixAbay)
Diante do cenário político e econômico atual mais estável do que no passado recente, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) acredita que o Banco Central deve ousar, na próxima reunião do órgão, e baixar a Taxa Selic para 13,25% ao ano. A Federação pondera que a instituição financeira foi muito conservadora ao longo de 2016, mas enxerga agora motivos para instituir redução de juros de meio ponto porcentual (p.p.), sem que ocorra perda de confiança dos agentes na atuação da autoridade.
Durante o processo de retomada da confiança do mercado, muito motivada pela posse da nova equipe econômica e do presidente Michel Temer, o Banco Central baixou juros duas vezes, totalizando uma queda de 0,5 p.p. e agora, sem colocar em risco a seriedade de seus objetivos de combate à inflação, pode acelerar esse ritmo de queda. A FecomercioSP sempre acreditou que o movimento de corte de juros poderia ter começado um pouco antes, e pondera que ao menos deve se acelerar neste início de ciclo, diante de uma situação recessiva sem precedentes no País.
O IPCA de 2016 fechou dentro do teto da meta e desacelerou rapidamente no último trimestre. Para a Entidade, com os sinais de desaceleração do IPCA, além da forte recessão, o Banco Central não tem outra escolha a não ser manter e acelerar o ciclo de redução de juros que mal se iniciou. Os juros nominais e reais no Brasil ainda estão muito elevados.
Para a FecomercioSP, apesar de momentos de tensão política, em um cenário em que a inflação vem perdendo força aliado a um período recessivo de longa duração, é evidente que o Banco Central tenda a optar por dar um passo mais ousado na redução dos juros, que ainda estão muito elevados. Segundo a Federação, as primeiras ações após a definição política no sentido de arrumar a casa na dimensão fiscal foram positivas e vão ajudar o BC a manter o poder de compra da moeda dentro de uma realidade com juros mais baixos. A PEC do Teto de Gastos foi aprovada e agora estão bem encaminhadas as reformas da Previdência e Trabalhista, fatores mais do que relevantes de curto prazo para o ajuste macroeconômico, na visão da FecomercioSP.
A Federação espera ainda que nas próximas reuniões do órgão o ciclo de queda de juros mantenha o ritmo de redução de ao menos meio ponto em cada, até que os patamares de juros nominais caiam para um dígito. A Entidade acredita que as condições para a redução continuada de juros estarão presentes ao longo de 2017, entendendo que a economia está estrangulada por muitos impostos e juros muito elevados, mesmo diante de um quadro de acentuada crise com quedas de PIB superiores a 3,5% ao ano. A FecomercioSP deseja e acredita que a estrutura de juros caia rapidamente diante da situação econômica ruim e de desemprego quase calamitosa. Essa é a única maneira para que o comércio, os setores de turismo e de serviços possam vislumbrar a possibilidade de retomada ao menos no final deste ano, avalia a Federação, e sem uma redução maior da taxa de juros isso não será possível.
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