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Sustentabilidade

“Bikeboy” incrementa mercado de negócios sustentáveis

Sem poluir e driblando os congestionamentos, ciclistas fazem média de 20 entregas por dia

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“Bikeboy” incrementa mercado de negócios sustentáveis

Bike couries chegam a receber 20 chamados para entregas, em média, diariamente
(Arte TUTU)

Por Deisy de Assis

Rápido, eficiente e ecológico. Assim é avaliado o serviço do bike courier, também chamado de biker ou bikeboy. É o ciclista que faz entregas e delivery. As qualidades fizeram o segmento ganhar espaço no mercado e se tornar oportunidade de negócios.

A busca por sustentabilidade e a necessidade de fugir do trânsito caótico das cidades são fatores que aceleraram as pedaladas dos que resolveram empreender na área. O ciclista Daniel Jones descobriu a possibilidade de atuar no ramo em um evento em Bruxelas, na Bélgica, há dois anos. Logo, decidiu entrar no mercado e criou a EcoBike Courier.

A empresa, cuja primeira unidade foi aberta em São Paulo, virou franquia e alcançou Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Cascavel (PR). “Em São Paulo, optamos por atender ao Centro expandido, onde registramos de 20 a 30 atendimentos por dia, a maioria entregas de documentos”, conta Jones.

Para dar conta, Jones conta com uma equipe de 12 bikers, contratados em regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para ele, o que faz do negócio sustentável não é apenas o fato de não poluir. “Focamos muito na boa qualidade das relações humanas, por isso, temos pessoas preparadas para atender a todos com cordialidade.”

Pedalando pelo mundo

Também foi a experiência no exterior que levou o ciclista profissional Rodrigo Vinícius Lima a empreender na capital paulista. “Trabalho na área desde os anos 1990 e já fiz entrega em Alemanha, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos”, conta Lima, que aproveitava o intervalo dos campeonatos que participava para trabalhar como biker.

Com sua empresa, a Spartan Bikeboy, aberta em 2013, atende também a municípios vizinhos da capital. A equipe reúne quatro ciclistas, formalizados como microempreendedores individuais (MEI), que chegam a atender a 20 chamadas diariamente.

Ao comparar a atuação no Brasil às experiências no exterior, Lima considera que o País ainda dispõe de poucas ciclofaixas, o que também torna a circulação com bicicleta mais perigosa. “Nas cidades brasileiras, é preciso que o investimento seja não só baseado em quilometragem de faixas exclusivas, mas em suas funcionalidades”, diz o ciclista, que justifica o argumento ao mencionar a ciclovia da Avenida Paulista, que é extensa, porém, repleta de desníveis que prejudicam o tráfego.

A tecnologia como aliada

O ciclista Thiago Fernandes apostou na tecnologia para alavancar os negócios. Ele criou a OhBiker, plataforma na qual estão cadastrados 220 bikeboys de todo o Brasil, a maioria de São Paulo e Porto Alegre, e 150 clientes, dos quais 85% estão na capital paulista.

“A ideia surgiu com base na necessidade de facilitar o acesso de empresas e pessoas aos bikers a um custo menor e com praticidade, de forma a proporcionar um rendimento maior aos ciclistas”, explica.

Lançada em outubro de 2015, a plataforma ganhará uma versão final em março, com aperfeiçoamentos feitos após sugestões de clientes. “O aplicativo mostra as solicitações aos bike couriers que estiverem em um raio de três a 12 quilômetros do local do pedido e o pagamento também é feito dentro do próprio aplicativo”, menciona Fernandes, que ressalta que, entre os ciclistas cadastrados, há MEIs e pessoas físicas. “Independentemente disso, todos passam por um processo de análise antes de entrar na plataforma.”

Mercado

Aos empreendedores interessados em investir nessa área, é necessário que as empresas ofereçam qualificação, seguro de vida, equipamentos de segurança (como capacete) e manutenção das bicicletas ou o custo do seguro aos que atuarem com sua própria bike.

Para formalizar o biker conforme o regime CLT, já há pisos salariais estabelecidos, que variam conforme a área de atuação. “Hoje, por exemplo, o ciclista de pequenas entregas ganha R$ 1.080, já o do delivery, R$ 884,23. O que atua na entrega de jornais e revistas, R$ 870”, pontua o presidente do Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas do Estado de São Paulo (SindimotoSP), Gilberto Almeida dos Santos.

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