Negócios
08/07/2020BNDES precisa de medidas mais firmes para que crédito realmente chegue às pequenas empresas
Em ofício ao banco, FecomercioSP, ACSP e Facesp sugerem novamente que repasse de recursos seja realizado via Desenvolve SP
Nem mesmo as diversas linhas especiais criadas pelo BNDES chegaram de forma ampla às empresas mais necessitadas
(Arte: TUTU)
Em ofício encaminhado em 2 de julho ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Henrique Montezano, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) solicita novamente que o banco busque formas mais eficazes de liberação de crédito às pequenas empresas, tendo em vista que o sistema tradicional de repasse não está suprindo a demanda dos pequenos negócios por crédito emergencial e liquidez.
O ofício também é assinado pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Esse pedido de liberação de mais recursos já havia sido feito em maio pelas três entidades, que reforçaram, à época, que as pequenas empresas que não conseguiam acesso ao crédito por meio do sistema bancário. Além disso, defendiam que a agência de fomento paulista Desenvolve SP poderia ser uma alternativa para facilitar esse processo de distribuição de recursos do BNDES às empresas menores. O Desenvolve SP teve linhas de crédito liberadas em março, mas seus recursos emergenciais já se esgotaram.
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As entidades já haviam alertado, em maio, que nem mesmo as diversas linhas especiais criadas pelo BNDES chegavam às empresas mais necessitadas, apesar de estarem na direção correta.
O fato de o BNDES ter de utilizar canais indiretos para liberação dos recursos, por meio de agentes financeiros, é um gargalo que precisa ser superado, de modo que é imprescindível que o órgão empregue outros mecanismos para ações eficazes, num momento em que a sobrevivência de muitos negócios está ameaçada.
O presidente do BNDES, em resposta encaminhada em junho às entidades, pontuou as dificuldades das empresas e listou diversas ações em prol do repasse de recursos tomadas desde o início do estado de calamidade pública, mas reforçou que a liberação ocorre por meio de outras instituições, como bancos comerciais, e não de forma direta.
Em resposta por ofício, as entidades afirmam que é de conhecimento público o modo como o BNDES atua, mas que, neste momento, o banco precisa identificar quais providências tomar para que os recursos, de fato, cheguem às empresas. Foi nesse sentido que sugeriram o repasse via Desenvolve SP, já que a agência está preparada para lidar com uma larga distribuição de crédito de acordo com critérios técnicos e econômicos e com lastro do Fundo Garantidor de Crédito (FGI), ou seja, dentro dos padrões do BNDES.
As entidades se disponibilizam a auxiliar no repasse desses fundos, uma vez que têm capilaridade em todo o Estado.
As entidades entendem a importância de um plano que facilite o repasse de dinheiro às pequenas empresas – da mesma forma que o auxílio emergencial foi planejado para chegar diretamente às pessoas mais necessitadas. Um ofício também foi encaminhado ao governador João Doria em julho para que tenha conhecimento desse pedido das três entidades ao BNDES.
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