O último mês foi bem intenso para o Brasil no campo das relações internacionais, com missões presidenciais ao exterior para China, Emirados Árabes, Portugal e Espanha. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) fez um balanço das visitas e avaliou possíveis impactos para os empresários. Acompanhe a seguir. 

•            China

Em visita à China, o presidente Lula reforçou a preferência por uma política externa que privilegie os países do Sul Global, questionando o poder de grandes potências, como os Estados Unidos, nos órgãos multilaterais. 

Do ponto de vista do comércio internacional, não foram assinados acordos de grande impacto, mas negócios foram fechados, os quais parecem beneficiar mais o lado chinês, já que empresas brasileiras negociaram a compra de caminhões elétricos e navios. O Brasil ainda reafirmou a concordância com o princípio de uma só China, de modo que Taiwan seja parte inseparável do território chinês, discurso que agradou o país. A assinatura de um acordo para a venda de aviões da Embraer para o gigante asiático, no entanto, ainda não foi concluída.

•            Emirados Árabes Unidos

A visita oficial aos Emirados Árabes Unidos resultou em memorandos de entendimento e cooperação na área de Energias Renováveis e Sustentabilidade. O país sediará a 28ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (COP28), que acontecerá em dezembro deste ano. 

Os Emirados Árabes Unidos são um dos principais parceiros comerciais do Brasil no Oriente Médio, uma vez que faz investimentos vultosos em energias renováveis. O país busca eliminar as emissões líquidas de gases de efeito estufa, agenda de interesse do Brasil.

•            Visita de Sergei Lavrov, chanceler russo, ao Brasil

As falas de Lula durante a missão chinesa sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia causaram descontentamento dos Estados Unidos e de países da Europa. Posteriormente, a visita de Sergei Lavrov ao Brasil aumentou o descontentamento, pois o aceno russo à negociação de paz proposta pelo Brasil é interpretado como estratégia do país para neutralizar a narrativa de “agressor e vítima” no conflito.

•            Portugal e Espanha

Fechando a agenda internacional de abril, Portugal e Espanha foram escolhidos como primeiros países europeus a serem visitados, em virtude das relações histórica, cultural e econômica com o Brasil. Não foram assinados acordos de grande impacto do ponto de vista do comércio internacional, mas a visita foi importante para estreitar o relacionamento com esses países, fortes aliados para a conclusão do Acordo Mercosul–União Europeia — a Espanha, inclusive, ocupará a presidência do bloco a partir do segundo semestre deste ano.

Saiba mais

Para saber mais sobre temas como esse, conheça as ações do Conselho de Relações Internacionais da FecomercioSP.

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