Economia
05/12/2017Cauteloso, paulistano pretende usar o 13º para quitar dívidas e intenção de financiamento tem leve alta de 0,3%
FecomercioSP prevê que a proximidade do Natal deve influenciar as famílias para financiamentos e parcelamento da compra de bens de valores maiores
Índice de Intenção de Financiamento dos paulistanos se manteve praticamente estável, em novembro, passando dos 17,4 pontos em outubro para 17,5 pontos
(Arte:TUTU)
O Índice de Intenção de Financiamento dos paulistanos se manteve praticamente estável, em novembro, com leve alta de 0,3%, passando dos 17,4 pontos em outubro para 17,5 pontos, 4,8% inferior na comparação com o mesmo mês de 2016, quando o indicador alcançou 18,4 pontos. Os números, de certa forma, surpreendem, já que nessa época do ano, às vésperas do Natal, é comum a busca por financiamentos e parcelamento das compras de bens mais caros. Ainda que esses dados mostrem um consumidor cauteloso e que provavelmente usará o décimo terceiro salário para quitar dívidas.
Os dados compõem a Pesquisa de Risco e Intenção e Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que prevê para dezembro uma maior propensão a contrair dívida, mas que, mesmo assim, não deve representar um movimento expressivo do índice.
Em novembro, o Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade de pagamento de dívidas com base na posse de reservas financeiras, registrou queda de 3,5% na comparação mensal, atingindo 75,5 pontos, ante os 78,2 pontos registrados em outubro, 5,9% menor em relação ao apurado em novembro de 2016, quando o indicador marcava 80,2 pontos.
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Entre os endividados, houve queda de 3% na segurança de crédito, que atingiu 61,6 pontos, ante os 63,5 pontos registrados em setembro. Na comparação com outubro de 2016, quando registrou 62,4 pontos, houve queda de 1,2%. Entre os não endividados, houve leva queda de 0,8% na comparação mensal, passando dos 95,7 para os 94,9 pontos em novembro e com retração de 5,6% no contraponto anual, quando o indicador marcava 100,5 pontos.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, houve uma piora no indicador de mercado de crédito, que atingiu 75,5 pontos em novembro, mas no decorrer do ano, o que se notou foi uma estabilidade. A previsão é que em dezembro, mesmo com o décimo terceiro salário direcionado para quitar dívidas, aconteça uma natural alta nos gastos, o que tende a reduzir a poupança e aumentar a propensão ao endividamento. Ao longo deste ano, em torno de 7% a 10% dos entrevistados afirmaram que estão dispostos a tomar crédito.
Para a Federação, a expectativa é que haja um ajuste mais significativo dos indicadores da PRIE em razão dos recursos extras do fim de ano no orçamento familiar. Na principal data para o varejo, é provável que a PRIE capte uma mudança nesse comportamento dos consumidores, até agora muito cautelosos.
Aplicações
Em novembro, 63,3% dos aplicadores tinham na poupança o principal destino dos seus recursos, alta de 2,5 pontos porcentuais (p.p.) em relação aos 60,8% apurados em outubro. Em novembro de 2016, a proporção era de 61,5%. Os que aplicam em renda fixa alcançaram 18,8%, queda de 2 p.p. em relação ao mês anterior, registrando queda na comparação aos 21,8% registrados em novembro de 2016.
Segundo a FecomercioSP, este foi o ano da previdência privada e da renda fixa, que teve um bom desempenho e, não coincidentemente, perdeu espaço neste mês, quando houve a realização de lucros, e o preço dos ativos cresceu consideravelmente. No caso da previdência privada, o cenário nos próximos meses deve ser positivo, principalmente se aprovada a Reforma da Previdência, que obrigará a faixa de consumidores de renda elevada, principalmente do setor público, a buscar novas alternativas.
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