Legislação
08/05/2020Com forte exigência dos bancos por garantias, redução da Selic não resultará em crédito mais barato aos empresários
André Sacconato, economista e consultor da FecomercioSP, fala em podcast sobre os impactos da redução da taxa básica de juros para as empresas
Bancos pedem garantias que as empresas, principalmente as pequenas, não conseguem dar nesse momento
(Arte: TUTU)
A redução da taxa básica de juros, a Selic, para 3% a.a. pelo Banco Central trará poucos benefícios ao empresariado, uma vez que os bancos continuam receosos em conceder crédito em razão do alto risco de inadimplência. O tema e uma possível saída para o problema foram analisados por André Sacconato, economista e consultor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
“Sou pessimista sobre a queda na Selic resultar em crédito mais barato ao empresário. O problema, hoje, no sistema bancário é a percepção de risco das empresas que estão fechadas há quase dois meses por causa da quarentena e das regras de isolamento social. O banco pede mais garantias para as empresas, e elas, principalmente as pequenas, têm poucas para dar nesse momento”, explica Sacconato, em entrevista concedida ao podcast da FecomercioSP.
Para o economista, a resolução está em garantir que os bancos tenham o retorno desses empréstimos por meio da construção de fundos de garantia. “O governo tem de fazer a composição de garantias para o crédito fluir. Somente liberar dinheiro não adianta, porque os valores ficarão parados na conta dos bancos. É preciso criar uma espécie de FGC para os bancos poderem ter a segurança de emprestar mesmo em época de pandemia”, afirma.
Ouça o podcast:
O conteúdo também está disponível aqui.