Economia
15/01/2018Com melhora na oferta de crédito, famílias voltam às compras de bens duráveis
Concessão de crédito cresce e ajuda a aquecer as vendas do comércio
Alta na oferta de crédito impactou positivamente as vendas no varejo em 2017
(Arte/Tutu)
O crescimento da economia brasileira na década passada foi motivado, em grande parte, pelo aumento da oferta de crédito, o que estimulou as famílias a irem às compras. Durante a recente recessão, no entanto, entre 2015 e 2016, os bancos diminuíram o volume de crédito oferecido em função do risco da inadimplência, causado pelo aumento do desemprego no período.
Vale notar que o crédito é o principal recurso para as vendas nos setores de bens de consumo duráveis, como veículos e eletrodomésticos. São poucos os casos em que o consumidor vai à loja e compra geladeira, fogão ou TV à vista. Normalmente, a compra é feita em parcelas no cartão de crédito, nos carnês ou em outra modalidade de pagamento.
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Com a gradativa melhora da economia desde o ano passado, o crédito novamente ganhou importância para que o consumo volte a crescer e, assim, impactou positivamente as vendas no varejo.
Isso já pode ser visto em dados do Banco Central, que mostram um aumento de 9%, em termos reais, da oferta de crédito no trimestre encerrado em novembro de 2017, na comparação com o mesmo período de 2016. Em algumas modalidades específicas, a alta é ainda mais acentuada, como a concessão de crédito para aquisição de veículos, que registrou aumento real de 24%.
De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas de veículos, motos e peças cresceram 1,7% de janeiro a outubro do ano passado. No último trimestre, a alta passou de 10%. O setor de eletrodomésticos, por sua vez, registrou alta de 9,6% de janeiro a outubro de 2017, com taxas superiores a 10% desde maio.
A queda do nível de inadimplência também tem contribuído para a melhora nas vendas. Segundo o Banco Central, a inadimplência passou de 6,1% em novembro de 2016 para 5,4% no mesmo mês do ano passado. Com a melhora do mercado de trabalho, há mais segurança nas compras a prazo.
Portanto, no curto prazo, espera-se que a expansão do crédito continue tanto por parte dos bancos quanto por parte dos consumidores, o que manterá as vendas do comércio aquecidas. A capacidade ociosa na produção em razão do ainda elevado nível de desemprego não causará pressão sobre os preços.
O que contará no longo prazo são os investimentos. Sem a expansão da capacidade produtiva, o crescimento da economia ficará limitado, podendo haver um novo descontrole da inflação e da inadimplência. O resultado das eleições deste ano será um bom indicativo para essa variável. Até lá, as famílias podem comemorar o retorno gradual da oferta de crédito e a melhora das condições de consumo.
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