Economia
26/02/2018Com queda da taxa Selic, investidor deve buscar alternativas à renda fixa
Redução dos juros abre espaço para aplicações em Bolsa e na economia real
Com juros mais baixos, investir em ativos como imóveis, empresas e ações fica mais atrativo
(Arte/Tutu)
Parâmetro para remunerar as aplicações em renda fixa, a taxa Selic deve cair para o patamar de 6,5% ao ano ainda no primeiro trimestre de 2018 – atualmente, a taxa básica de juros está em 6,75%, nível mais baixo da história. Com os juros em nível baixo para o padrão brasileiro, os investidores têm de se movimentar para realocar os seus recursos financeiros.
Acontece que o rendimento médio das aplicações em renda fixa vem caindo desde o fim de 2016, quando o Banco Central encontrou as condições necessárias para reduzir os juros. É importante notar que o rendimento real não caiu na mesma proporção que a taxa de juros, uma vez que a inflação saiu do patamar de quase 11% ao ano, em 2015, e, hoje, mantém-se entre 2,5% e 3%, e há perspectivas de que feche este ano abaixo dos 3,5% novamente.
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Em resumo, o cenário atual apresenta uma remuneração nominal líquida de aproximadamente 6% e um rendimento real (diferença entre as taxas de juros e de inflação) entre 2% e 3%.
Com isso, a tendência é que os aplicadores e rentistas brasileiros, acostumados a taxas reais e nominais maiores, busquem outros investimentos – até porque o poupador médio brasileiro costuma tomar decisão com base na taxa nominal, que claramente está em queda.
Embora nem sempre seja vista dessa forma, a redução dos juros é benéfica para o País e até mesmo para os poupadores. Com taxas mais baixas, a economia tem mais capacidade de se expandir, e os ativos (imóveis, empresas e ações) se valorizam. O ganho real do investidor pode ser ainda maior, mas não mais na renda fixa. Dessa forma, o poupador que busca fazer seu dinheiro render precisa buscar outras alternativas.
Aplicar em renda fixa é mais fácil do que em outras modalidades. Mundo afora, esse tipo de investimento costuma render pouco, justamente pelo baixo risco envolvido. No Brasil, contudo, era diferente: com os juros em patamar elevado, as aplicações em CDB (Certificado de Depósito Bancário), CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e fundos de renda fixa rendiam mais do que em qualquer outra modalidade de investimento. Como não havia risco, era fácil decidir como aplicar os recursos. Agora, há outras condições que devem ser levadas em conta pelo investidor.
A queda dos juros faz com que o governo economize bilhões na rolagem de títulos públicos, o que deve trazer algum alívio para as finanças do setor público. O equilíbrio macroeconômico está estabilizado no curto prazo, mas ainda faltam ajustes e reformas, como a da Previdência, para que se garanta a solvência das contas públicas no longo prazo.
Além disso, apesar de 2018 ser um ano de eleição, parece estar sinalizado que um candidato moderado e comprometido com o equilíbrio macroeconômico seja favorito ao pleito presidencial. Com a continuidade da política econômica atual, a tendência é de que os investimentos em Bolsa de Valores sigam dando bons resultados. Esse tipo de aplicação requer paciência e disciplina, de forma que não é indicada para investidores ansiosos.
Também aparecem como boas apostas os investimentos na economia real (empresas, sociedades). Neste caso, o indicado é conhecer o ramo em que vai entrar e reunir o máximo possível de informações antes de empregar os recursos.
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