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Negócios

Com queda de 50% no faturamento em junho, setor de turismo aguarda crédito do Fungetur, ainda pouco acessível

Os R$ 5 bilhões disponibilizados em linha de crédito não são suficientes para cobrir os prejuízos do setor, em torno de R$ 11 bilhões entre março e junho

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Com queda de 50% no faturamento em junho, setor de turismo aguarda crédito do Fungetur, ainda pouco acessível

Empresários não devem apenas esperar medidas do governo para tentar sobreviver e se adaptar ao cenário de pandemia
(Arte: TUTU)

O faturamento do turismo nacional, em junho, apresentou uma queda de 50,5% em relação ao mesmo período do ano passado, registrando uma receita total de R$ 6 bilhões. O prejuízo foi de R$ 6,2 bilhões em comparação a junho de 2019, um forte indicativo de que a pandemia afetou drasticamente as contas das empresas do ramo. Esses dados foram avaliados em um estudo do Conselho de Turismo da FecomercioSP, com base nas informações da Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Isso demonstra que é muito importante que cheguem até as empresas os R$ 5 bilhões destinados ao Fundo Geral do Turismo (Fungetur), disponibilizados por meio da Medida Provisória (MP) 963/2020 – que cria o financiamento da infraestrutura turística. 

Excluindo os segmentos relacionados aos transportes aéreo e rodoviário, formados por grandes empresas com acesso relativamente mais facilitado a recursos, o prejuízo do setor de turismo, em maio, ficou em torno de R$ 2,8 bilhões. 

Saiba mais sobre o setor:
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Vale ressaltar que, somados os prejuízos apurados entre março e junho (sem contar os segmentos de transporte), o saldo negativo total é de R$ 11 bilhões. Portanto, mesmo o valor original destinado ao Fungetur se mostra insuficiente para a demanda das empresas do setor, como hotéis, restaurantes, parques, agências de viagens, locadoras de veículos, etc. 

Medidas igualmente importantes 

Conjuntamente, outras MPs são essenciais para o setor, como a 944/2020, um programa emergencial de suporte a empregos; e a 975/2020, de acesso a crédito emergencial. Essas medidas criam condições mais favoráveis aos negócios, pois abrem espaço para que empresas do turismo tenham acesso aos recursos dos fundos garantidores e ainda estabelecem condições mais atrativas para empréstimos. Nos últimos meses, diversos ofícios encaminhados pela FecomercioSP aos órgãos públicos reforçaram a importância de que essas medidas tivessem efeito real sobres os setores da economia. 

O Conselho de Turismo da Entidade entende que o processo de liberação de recursos precisa ser feito pelos bancos de desenvolvimentos dos Estados, como a agência de fomento Desenvolve SP, no caso específico de São Paulo. 

A questão é saber se essas instituições estão preparadas para atender a uma demanda muito superior à normalidade. Segundo o site do Ministério do Turismo, desde 2018 até o início deste ano, houve 295 operações de crédito em linhas de capital de giro, bens e obras – somando um montante de R$ 197 milhões, ou seja, apenas 4% do crédito disponibilizado pela MP 963/2020 para o combate aos efeitos da pandemia nos negócios do setor. 

Outro problema é a falta de previsibilidade e de perspectiva para as empresas nos próximos meses. Em razão disso, os empresários estão cautelosos na contratação de crédito, sem saber quando terão uma demanda suficiente para voltar a faturar mais e poder quitar o empréstimo. 

A FecomercioSP e o Conselho de Turismo esperam, portanto, que haja um aumento no montante destinado às empresas do turismo, bem como um mecanismo eficiente para os recursos chegarem às empresas, conforme ocorreu com o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). 

Nesta semana, entrou em vigor a lei (14.046/2020) que estabelece as regras para cancelamento e remarcação de reservas de eventos em razão da pandemia. Conforme as normas, as empresas estarão dispensadas de reembolsar imediatamente o consumidor caso remarquem os eventos ou lhe ofereça crédito para outro serviço ou evento. Essa lei coloca um ponto final na discussão em torno da MP 948/2020, igualmente importante. Saiba mais. 

Setor precisa transmitir confiança para o consumidor

Os empresários do setor de turismo não devem apenas esperar medidas do governo para tentar sobreviver e se adaptar ao cenário de pandemia. Cabe aos empresários seguir as recomendações de higienização e aderir aos selos de Turismo Responsável e Seguro (pelo site http://www.turismo.gov.br/seloresponsavel/). O turista precisa ter confiança de que estará se hospedando ou sendo atendido em estabelecimentos que sigam todos os protocolos de higienização.

Em meio ao caos atual, ainda há um ponto que pode favorecer os negócios do setor. A crise criou oportunidades para as cidades que estão em um raio de 150 a 200 quilômetros das grandes metrópoles, indica o estudo do Conselho de Turismo.

O cansaço de ficar em casa durante um tempo mais prolongado leva o consumidor a procurar por hotéis e pousadas em lugares em que terá mais espaço para o descanso, sobretudo aos fins de semana. Isso envolve toda uma cadeia: aluguel de carro, restaurantes, hotel, entre outros. Por isso, fique atento e indique nas redes sociais como o seu estabelecimento pode ajudar o cliente nesse contexto de “fuga da grande cidade”.

Confira os dados do faturamento em junho:

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Conheça aqui as iniciativas do Conselho de Turismo da FecomercioSP.

 
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